sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Escrita Criativa

Os textos que se seguem, sobre fadas, partiram de uma proposta de escrita criativa, apresentada na Hora do Conto, na Biblioteca, após a primeira sessão de leitura de A Fada Oriana de Sophia de Mello Breyner. A obra foi trabalhada ao pormenor nas aulas de Português e, nesse contexto, cada aluno criou a sua história de fadas. Eis aqui alguns exemplos dessas experiências literárias.



Era uma vez um menino chamado Nuno. Esse menino, numa tarde, saiu de casa para ir dar um passeio.
O Nuno não sabia onde ir. Começou a andar, a andar, a andar e foi dar à floresta.
Ia muito contente a olhar para as árvores, a olhar para os frutos… Quando chegou ao fim da floresta voltou para casa e contou a sua aventura à mãe.
No dia seguinte foi dar outro passeio. Só que desta vez foi para o bosque. Olhou para uma árvore e em vez de ver frutos, viu uma fada a colorir a árvore.
Então o Nuno resolveu conhecer a fadinha - Como é que te chamas? – perguntou.
- Eu chamo-me Florestina, e tu?
- Chamo-me Nuno. Ajudas-me a conhecer o bosque?
- Claro! – exclamou a fada Florestina.
Então lá foram os dois pelo bosque e a fada dizia:
- Olha, um castanheiro, olha uma pereira…
O Nuno resolveu perguntar a Florestina onde é que ela vivia. Então ela mostrou-lhe. Vejam lá onde é que ela foi parar. O Nuno nem queria acreditar quando viu a casa dela. Estava toda elegante, com flores. Estava tão arrumada que até se via o reflexo do menino no chão.
- Como é que se faz isso? – perguntou o Nuno.
- É só pim- plim- pim- plim, e já está!
Entusiasmado, o Nuno disse:
- Que fixe! Mas agora tenho que ir para casa, prometi à minha mãe que chegava antes do anoitecer.
E foi assim que o Nuno e a Florestina ficaram amigos!

Nuno Carvalho, 5º A

A fada Mariana

Um dia fui passear pela floresta e ouvi uns sons dentro de uma casa. Decidi ir espreitar.
Lá dentro estavam duas fadas. Eu fiquei espantada porque nunca tinha visto fadas. Quando me aproximei mais um bocado elas viram-me e disseram:
- Olá, quem és?
E eu respondi – Chamo-me Alexandra, e vocês?
- Eu chamo-me Mariana.
- E eu chamo-me Ariana.
- Que nomes tão giros! – exclamei.
- O teu também é. Mas agora diz-nos, que fazes por aqui?
- Vim dar um passeio, eu faço isso todos os dias.
- Eu não te posso convidar para entrares em minha casa porque és demasiado grande. Mas com um pouco de pó de fada posso tornar-te pequenina por uns minutos.
- Que ótima ideia!
Então a fada Mariana pôs um pouco de pó em cima de mim.
Quando entrei, fiquei admirada. A casa estava arrumada, as coisas eram pequenas, comparadas com as minhas. Mas tinham coisas muito bonitas, feitas por elas. Depois ainda tivemos tempo de tomar um chá e comer uns bolinhos.
Entretanto, tive de me ir embora porque o tempo que o pó que Mariana me pôs já estava a acabar. Quando saí, fiquei grande como era antes.
Andreia, 5º A


A Fada Túlipa

Era uma vez uma fada cujo nome era Túlipa, que adorava plantas e animais.
Certo dia uma menina foi à floresta fazer um piquenique e depois de comer deitou-se a dormir uma sesta.
A fada Túlipa estava em casa, era um tronco de árvore oca onde tinha tudo o que precisava. Enquanto arranjava a sua casa ouviu alguém a ressonar e disse:
- Ai, o que é isto? Meu Deus, parece um urso. Vou ver o que se passa.
Preparou a sua varinha e voou. Quando viu a menina acordou-a, dizendo – Olá, acorda.
A menina ficou espantada, nem queria acreditar, era uma fada – Oh, tu és uma fada de verdade! É espantoso, nunca vi uma fada, só nos meus sonhos que são muito bonitos. Adoro as tuas asas.
A fada, com o elogio, até ficou corada e disse – Obrigada, pelo elogio. Vamos ser grandes amigas. Importas-te que eu lanche contigo?
E assim se foram encontrando e ficaram amigas.

Filipa Lima, 5º A

A Fada do Ouro

Há muito tempo, na floresta, as fadas diziam que existia uma fada do ouro. Diziam que nunca tinham visto uma fada assim, que fosse do ouro.
À noite, quando era lua cheia, as pedras viravam ouro, mas depois voltavam ao normal.
Um dia, encontraram uma caverna com ouro. Então disseram:
- Será aqui que ela vive? – perguntou uma.
- Será? – perguntou outra.
Mas quando o sol nasceu, o ouro desapareceu. Então foram lá, antes que ficasse lua cheia, e viram-na.
- É ela, eu sei! – exclamou uma fada – eu pressinto que é ela.
Mas a fada do Ouro desapareceu no meio do nada.
Então as fadas construíram um santuário para ela, numa gruta.
Quando era lua cheia, as fadas rezavam no santuário, a desejar que aparecesse, e ela aparecia.
Um dia, as fadas descobriram que não havia só uma fada do Ouro, mas milhares, que depois, ao longo do tempo iam aparecendo.

Rúben Magalhães, 5º A

A Fada Leonor

Era uma vez uma fada chamada Leonor que vivia num bosque. Era pequenina, com um vestido verde para ter camuflagem com a erva, e sapatos verdes, cabelo amarelo, asas às cores.
Certo dia, ela estava a passear pelo Bosque da Fantasia, outra fada apareceu e disse:
- Olá, eu chamo-me Tatiana, a Fada da Água!
- Olá, eu sou a Fada Leonor – respondeu a Fada Leonor.
Mas a fada Leonor caiu numa armadilha que foi feita por uma rapariga chamada Rita que lhe disse:
– Olá, eu sou a Rita, uma menina que veio de uma aldeia perto daqui! – exclamou ela - Fada Leonor – continuou ela – Queres ser minha amiga?
- Sim, pode ser, és minha amiga do coração.
Então elas lá foram para casa da Rita e viveram felizes para sempre.

Tiago Barradas, 5º A



Uma tarde, no bosque mágico Veryeles, a fada Anubius estava a passear pelo rio Zurafa, quando ouviu um menino berrar. Era o Kyoya, o seu pião caíra no rio.
A fada Anubius, sem hesitar, foi ao rio buscá-lo.
Após sair do rio, entregou o pião ao menino que disse:
- Obrigado, fada!
- De nada, chamo-me Fada Anubius.
E numa poeira imensa, desapareceu.
O menino, esperto, voltou a berrar. A fada voltou e perguntou o que se passava. E o menino disse:
- Nada.
A fada ia desaparecer de novo, mas desta vez, Kyoya agarrou-se a ela e passaram pelo portal Lacerto.
Kyoya pediu então:
- Posso ficar aqui contigo?
- Sim – disse a fada.
E assim foi. E ficaram juntos para sempre.

Rafael Mendonça, 5º A

A fada Merlía

Era uma vez uma fadinha boa. Como era pequenina ia para a escola da Fantasia.
Nessa escola, ela era a mais nova e era adorada por toda a gente, pois ela adorava a natureza como mais ninguém. Se ela, uma árvore doente visse, ia logo cuidar dela.
Mas ninguém sabia o nome dela pois era muito tímida.
O nome dela é Lía. Porém, é por Merlía que a mãe a chama.
Certo dia, ela ganhou coragem para falar e não parava, e dizia assim:
- Olá, chamo-me Merlía, mas podem tratar-me por Lía.
- Olá, Lía – disseram todos em coro.
E assim, foi arranjando milhares de amigos.

Liliana Ferreira, 5º A

A fada Diana

Num belo dia, a fada Diana decidiu sair de casa onde estava, para ir procurar um bosque para lá viver, pois onde estava não dava mais para viver, porque era uma terra muito pouco frequentada. Então, para não ficar sozinha, partiu.
Foi que num abrir e fechar de olhos lhe apareceu à frente o que ela sonhava: viu tantas crianças animadas a viver com fadas e animais. Decidiu pegar nas malas e aterrar logo. E lá foi. Encontrou um rapaz e perguntou-lhe:
- Como te chamas?
- Eu chamo-me Jake, e tu?
- Fada Diana, mas podes tratar-me por Diana. Vives aqui há muito tempo?
- Sim, e nós todos que estamos aqui sempre a proteger os habitantes. És nova aqui e eu vou mostrar-te toda a cidade!- exclamou o Jake.
- Já vi que tu arranjas as coisas aqui, numa oficina!
- Sim, nós aqui temos que aproveitar as coisas que os humanos deixam quando vêm cá fazer piqueniques. Queres conhecer a aldeia?- disse o Jake.
- Sim, claro, adoraria. Vamos a isso! – exclamou a Diana.
- Gostas, é giro, não é?
- Sim, é giro. É aquela a tua oficina?
- Como sabias que era a minha?
- Disseste que era a única e tem ali a dizer “Oficina do Jake”.
- Pois tem, que disparate, já me esquecia, Diana, certo?
- Sim, Jake, onde vou eu dormir?
- Não sei, temos que procurar.
De repente, um bando de miúdos apareceu-lhes à frente e disseram:
- Olá, como te chamas?
- Eu chamo-me Fada Diana, mas podem tratar-me por Diana - e, virando-se para um rapaz, perguntou-lhe:
- E tu, como te chamas?
- Chamo-me Terence e esta é a minha irmã Síria, e o resto são amigos, e todos têm pais, menos nós os dois. A nossa mãe entregou-nos aqui e depois os nossos pais morreram. Queres adotar-nos, aos dois?
- Se ninguém se importar, por mim tanto faz, vou ter muito gosto em vos conhecer, meninos.
- Se estás à procura de casa, eu sei de uma ideal para nós os quatro. Querem saber? – disse um dos irmãos.
- Nós os quatro? Têm mais um irmão?
- Não, tu e o Jake não são namorados?
- Só nos conhecemos agora.
- Mas foi ele que nos adotou, e está à procura de uma namorada para o ajudar e viverem juntos, casarem, e também para nos ajudar nas limpezas.
- Está bem, eu aceito viver convosco.
Três meses depois, Jake e Diana estavam numa igreja, mas não era para uma coisa qualquer. Finalmente, tinha chegado o dia especial para a Terra do Nunca, principalmente, para Diana e Jake casarem. Terence e Síria estavam muito contentes porque assim já podiam ser verdadeiramente filhos deles.
- Ai, mãe e pai, estou muito contente por se terem casado. Agora sim, nós já podemos dizer que somos a família mais feliz da Terra do Nunca.
E continuou assim o casamento e os comentários… e viveram felizes para sempre…

Joana Carneiro, 5º A

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A partir de um modelo, o poema «A dança do B» de Maria Alberta Menéres, os alunos, em trabalho de par, depois de escolhida a letra, criaram a sua “brincadeira poética”. Puderam recorrer ao dicionário, com o objetivo de desenvolverem conhecimento e vocabulário. Esta foi a primeira experiência poética da turma do 5º A, na qual puderam trabalhar a aliteração e a assonância como recursos expressivos, em jeito de diversão. No final ilustraram os trabalhos, de modo a desenvolverem a linguagem visual e a estética do equilíbrio entre o texto escrito e o pictórico. Eis alguns exemplos.


A Dança do C

Numa tarde o cão, o camelo, a cabra
e o cabrito, repararam
que os seus nomes
começavam todos por c.
Disseram ao mesmo tempo:
- Que coincidência!


O caboz, o carapau e o caranguejo
lá no mar,
repararam que os seus nomes
começavam todos por c.
E disseram todos ao mesmo tempo:
- Que coincidência!


Veio logo de um estábulo um cavalo
a gritar: Esperem,
esperem aí por mim!

Bárbara/Samuel, 5º A



A dança do C

Há muitos anos, a cabra, o cabrito, o cágado,
o camarão, o camelo e o cão
repararam que os seus nomes
começavam por C.
Disseram todos ao mesmo tempo:
- Que coincidência!


O canguru, o caracol, o caranguejo,
o carapau e o carneiro lá mais longe,
repararam que os seus nomes
começavam todos por C.
Disseram todos assim:
- Que coincidência!


Veio logo um cavalo do outro lado do mundo
a gritar: Esperem,
esperem aí por mim!

Catarina/Nuno, 5º A



A dança do L

Num dia quente de verão
O leão, a leoa, o lince,
o leopardo e o leãozete repararam
que os seus nomes começavam por l e disseram:
- Que lindo!


A lagarta, a lula, o leitão,
o lobo e o leão-marinho repararam
que os seus nomes começavam por l e disseram:
- Que lindo!


A lesma veio e disse:
- Esperem por mim, também quero ir.

Bruno Silva/Wiliam Monteiro, 5º A




A dança do A

Um dia a águia, a andorinha, o abutre,
o açor e a abelha
repararam que os seus nomes
começavam por A.
Disseram ao mesmo tempo:
- Que alegria!


A alforreca, a alga, o albafar
e a ameijoa, lá no mar,
repararam que os seus nomes
também começavam por A.
E disseram todos assim:
- Que alegria!


Veio logo uma avestruz de longe
a gritar: Esperem,
esperem aí por mim!

Rúben Magalhães, 5º A



A dança do L

Certo dia o leão, o leopardo, a lesma,
o lagarto, a lagartixa e o lírio
notaram que os seus nomes se iniciavam todos por l.
E disseram todos em coro:
- Que lindo!


O lobo, o lama, o lampião e a lagosta
também notaram que os seus nomes
começavam todos por l e disseram
em alto e bom som:
- Que lindo!


Mas vem, de uma rocha, a voz
de uma lapa que diz:
- Calma…calma amigos, e eu?

Filipa Lima/Tiago, 5º A



A Dança do L

No auge do sol o leão, o leitão, o leopardo,
o lobo, o lagarto e a leoa
repararam que os seus nomes
começavam todos por L.
Disseram ao mesmo tempo:
- Que lindo!


A lampreia, a lagosta, a lagarta
e o leque-do-mar lá no fundo do oceano,
repararam que os seus nomes
começavam por L.
Disseram ao mesmo tempo:
- Que lindo!


Veio uma lesma de longe
a gritar: Esperem,
esperem aí por mim!

Joana Beatriz/Marco, 5º A