quarta-feira, 8 de junho de 2011

«O Meu Livro de Cabeceira»





















O livro que desta vez eu escolhi para o projecto “O Meu Livro de Cabeceira” foi o O Menino Que não Gostava de Ler de Susanna Tamaro, publicado em 1994 (cuja primeira edição portuguesa data do ano de 2000).

Esta obra apresenta um vocabulário fácil e que permite uma rápida compreensão. É um trabalho literário que consegue mostrar o que as crianças sentem quando começam a lerem os seus primeiros livros: apesar de ser um livro juvenil, posso afirmar que deve ser lido por todos, principalmente pelas pessoas que não gostam de ler!

Esta história fala de um menino chamado Leopoldo, que ao chegar ao seu oitavo aniversário recebe dos pais diversos livros. Desde que ele nascera, os seus pais iam-lhe sempre oferecendo livros. Leopoldo sentia-se triste; na realidade, ele não gostava de ler. Sempre que tentava fazê-lo, as letras começavam a misturar-se umas nas outras numa grande confusão de rabiscos pretos sem qualquer significado. Os pais nunca o perceberam e obrigavam Leopoldo a ler mais. Até que certo dia Leopoldo fugiu de casa. É então que conhece alguém especial, um amigo que descobre o que realmente se passa com ele e juntos começam a partilhar muitas e muitas páginas de aventuras sonhos e fantasia…

Deixo aqui uma citação do livro que eu gostei: “Percorreu duas vezes o parque, para a frente e para trás, sem encontrar um único banco livre. Por fim, viu um, onde estava sentado apenas um senhor de muita idade, de bengala e óculos escuros. Deve ser um cego, pensou Leopoldo e, sem perder mais tempo, sentou-se ao pé dele, abriu a mochila e tirou de lá o bolo.

Ao ouvir o barulho do papel. O velho estremeceu, levantou a cabeça e perguntou:

— Quem és tu?

Leopoldo ficou com o bolo suspenso no ar. Fujo ou não fujo? Pensou, mas depois respondeu:

— Eu chamo-me Leopoldo!

— És uma criança?

— Sim – respondeu Leopoldo com a boca cheia.

— E por é que é não estás na escola?

Leopoldo sentiu o nariz crescer como o do Pinóquio.

— A professora hoje estava doente – disse, sem grande convicção.

O velho ficou uns instantes em silêncio.

— Sabes – disse depois – quando encontro uma criança de manhã, penso sempre que fugiu de casa.

O que vale é que é cego, pensou então Leopoldo, porque sentia as faces ficarem cor de púrpura.

— E sabe porque é que penso assim? – retomou o velho. Porque eu, com a tua idade fugi de casa.

— A sério?! – exclamou Leopoldo, ficando sufocado com o bolo.

Pois é. Era muito infeliz em casa, e por isso fui-me embora.”


Tiago Mendes (nº 19, 9º C)