segunda-feira, 19 de julho de 2010

«O Meu Livro de Cabeceira»



A minha escolha para o projecto «O Meu Livro de Cabeceira» foram dois contos de Eça de Queirós: «A Aia» e «O Suave Milagre». Eu tenho duas opiniões diferentes acerca destas duas histórias, porque, apesar de serem diferentes, têm algo em comum, tal como a pobreza e a riqueza (em termos de classes sociais) e também a igualdade das suas vidas, ou seja valem o mesmo.

«A Aia» é uma história que nos conta a vida de duas mães e dos seus respectivos filhos, de classes sociais diferentes: a da Aia, que alimenta e acarinha por igual o seu bebé e o da Rainha, mulher poderosa, que se torna viúva com a partida e morte do Rei na guerra.

A morte do Rei deixa o reino e o principezinho completamente desamparados e desprotegidos, por causa do seu irmão bastardo, desejoso de ocupar o trono. Este planeia e manda matar o principezinho a fim de alcançar o seu objectivo, plano que não resultou, pois a Aia apercebe-se da situação e troca o escravozinho, seu filho, pelo principezinho, seu futuro rei.

Mais tarde quando se sabe realmente o que aconteceu, chega a altura de se recompensar a escrava. Levando-a pela mão até à câmara dos tesouros, a Rainha deu a escolher à serva a peça que ela quisesse. Contudo a Aia estende a mão e agarra um punhal valioso de um rei, o qual aponta para o céu e crava-o no peito após dizer:

“Salvei o meu príncipe – e agora vou dar de mamar ao meu filho!”

O conto «O Suave Milagre» narra-nos a história de um milagre tal como o título refere, isto no tempo em que Jesus ainda não saíra de Galileia, mas em que a fama de seus milagres já percorria muitas terras, como a terra de um senhor chamado Obed, rico em rebanhos e vinhas. Foi quando vento arrasador matou o seu gado e secou as suas vinhas que ele ouviu falar dos milagres de Jesus, e na esperança de voltar a ter tudo de volta ordenou aos seus criados que O encontrassem, o que não se sucedeu.

Noutra terra um centurião romano, Sétimo, que tinha uma filha muito doente, já perto da morte, soube dos milagres de Jesus e mandou os seus soldados procurá-lo, mas também não O encontraram.

Uma pobre viúva que vivia numa cabana com um filho aleijado, também ouviu falar dos milagres de Jesus. O filho pediu à mãe para ver Jesus, e a mãe explica-lhe:

“Oh, filho! E como queres que te deixe e me meta aos caminhos, à procura do Rabi da Galileia? Obed é rico e tem servos, e debalde buscaram Jesus, por areias e colinas, desde Chorazim até ao país de Moab. Sétimo é forte e tem soldados, e debalde correram por Jesus, desde Hébron até ao mar! Como queres que te deixe? (…) E mesmo que o encontrasse, como convenceria eu o Rabi tão desejado, por quem ricos e fortes suprira, a que descesse através das cidades até este ermo, para sarar um entrevadinho tão pobre, sobre enxerga tão rota?”
Mas ainda assim com esperança o menino pediu mais uma vez para ver Jesus. Foi assim que, sorrindo e abrindo a porta devagar, surge Jesus.

A leitura destes dois contos fez-me pensar que se tivesse de escolher um deles escolheria «A Aia», porque acredito que era mais provável acontecer em vida real do que o conto «O Suave Milagre». Mas isso são gostos, e esta é a minha opinião.

Contudo aconselharia qualquer colega meu a ler um destes contos porque, para além de serem pequenos, são fáceis de compreender devido ao vocabulário que não é difícil de interpretar.

Mas também me fez pensar no autor Eça de Queirós, o qual fui pesquisar. Eça de Queirós (cujo nome completo é José Maria Eça de Queirós) nasceu a 25 de Novembro de 1845 (Póvoa de Varzim) e morreu a 16 de Agosto de 1900 (perto de Paris), em sua casa. Foi também o autor das famosas obras «Os Maias» e «O Crime do Padre Amaro».

Mas Eça de Queirós como todos sabemos tem muitas mais obras. O que mais admiro nele são as suas frases tais como: “A arte oferece-nos a única possibilidade de realizar o mais legítimo desejo da vida - que é não ser apagada de todo pela morte.”; “A arte é um resumo da natureza feito pela imaginação.”; ou “A curiosidade leva por um lado a escutar às portas e por outro a descobrir a América.”

Andreia Santos (9º A)