Foto
Algum desconforto e anjos
Mesmo agora, em Maio, ao calor do sol,
com todo o amarelo do tojo, da giesta
e das aves cujas penas são como a flor do tabaco;
algum desconforto me invadiu, algumas
notas de música estridentes, mesmo para
cães ou prisioneiros ou doentes, como se houvesse
mensageiros a dormir na erva, pólen
à espera de se erguer numa flor súbita,
anjos ou sentinelas negras, envolvendo-nos
sempre, indestrutíveis presenças à espera
de nos fazer murchar se um dia ousarmos
desvendar o seu rosto, e enfrentá-los sem medo.
Elaine Feinstein, Médium e outros poemas (Quetzal)
Algum desconforto e anjos
Mesmo agora, em Maio, ao calor do sol,
com todo o amarelo do tojo, da giesta
e das aves cujas penas são como a flor do tabaco;
algum desconforto me invadiu, algumas
notas de música estridentes, mesmo para
cães ou prisioneiros ou doentes, como se houvesse
mensageiros a dormir na erva, pólen
à espera de se erguer numa flor súbita,
anjos ou sentinelas negras, envolvendo-nos
sempre, indestrutíveis presenças à espera
de nos fazer murchar se um dia ousarmos
desvendar o seu rosto, e enfrentá-los sem medo.
Elaine Feinstein, Médium e outros poemas (Quetzal)
(Trad. Colectiva da Casa de Mateus)