Postal alusivo ao poema «Nau Catrineta», a partir de edição fac-similada da Lithografia Nacional do Porto.
(Colecção «Homenagem a Garrett» da Biblioteca Almeida Garrett)
A poucos dias do começo da exposição na Biblioteca Municipal Almeida Garrett, alusiva ao trabalho realizado durante o ano lectivo nas várias escolas associadas ao projecto de divulgação da vida e obra daquele escritor, deixamos hoje a proposta de leitura de um singular poema de Garrett, conhecido e amado por gerações inteiras de leitores.
Barca Bela
Pescador da barca bela,
Onde vás pescar com ela,
Que é tão bela,
Ó pescador?
Não vês que a última estrela
No céu nublado se vela?
Colhe a vela,
Ó pescador!
Deita o lanço com cautela,
Que a sereia canta bela...
Mas cautela,
Ó pescador!
Não se enrede a rede nela,
Que perdido é remo e vela
Só de vê-la,
Ó pescador.
Pescador da barca bela,
Inda é tempo, foge dela,
Foge dela,
Ó pescador!
Almeida Garrett, Folhas Caídas (Ed. Porto Editora)
Nota: deixamos, muito a propósito, uma hiperligação para a versão cantada deste poema, pelo grupo galaico-português «Da Outra Margem» (aqui).