Postal de Isaías Newton, a partir de edição fac-similada da Lithografia Nacional do Porto
(Colecção «Homenagem a Garrett» da Biblioteca Almeida Garrett)
Regressamos para o último período de aulas e já com o pensamento no conjunto de eventos que terão lugar na Biblioteca Municipal Almeida Garrett, em honra do seu patrono, isto como corolário de todo um ano lectivo dedicado à vida e obra do grande escritor que foi João Baptista da Silva Leitão de Almeida Garrett. Tais iniciativas decorrerão em Junho (com a exposição de 1 a 30 desse mês, em que se darão a conhecer os trabalhos de todas as escolas da Rede de Bibliotecas Escolares do Porto) e muito em especial nos dias 13 e 14, com a apresentação de trabalhos de palco.
Hoje partilhamos um poema evocativo da liberdade que norteou grande parte da bibliografia garrettiana, na semana em que celebrámos os 37º aniversário da Rebolução dos Cravos.
Regressamos para o último período de aulas e já com o pensamento no conjunto de eventos que terão lugar na Biblioteca Municipal Almeida Garrett, em honra do seu patrono, isto como corolário de todo um ano lectivo dedicado à vida e obra do grande escritor que foi João Baptista da Silva Leitão de Almeida Garrett. Tais iniciativas decorrerão em Junho (com a exposição de 1 a 30 desse mês, em que se darão a conhecer os trabalhos de todas as escolas da Rede de Bibliotecas Escolares do Porto) e muito em especial nos dias 13 e 14, com a apresentação de trabalhos de palco.
Hoje partilhamos um poema evocativo da liberdade que norteou grande parte da bibliografia garrettiana, na semana em que celebrámos os 37º aniversário da Rebolução dos Cravos.
Estes Sítios!
Olha bem estes sítios queridos,
Vê-os bem neste olhar derradeiro...
Ai! o negro dos montes erguidos,
Ai! o verde do triste pinheiro!
Que saudade que deles teremos...
Que saudade! ai, amor, que saudade!
Pois não sentes, neste ar que bebemos,
No acre cheiro da agreste ramagem,
Estar-se alma a tragar liberdade
E a crescer de inocência e vigor!
Oh! aqui, aqui só se engrinalda
Da pureza da rosa selvagem,
E contente aqui só vive Amor.
O ar queimado das salas lhe escalda
De suas asas o níveo candor,
E na frente arrugada lhe cresta
A inocência infantil do pudor.
E oh! deixar tais delícias como esta!
E trocar este céu de ventura
Pelo inferno da escrava cidade!
Vender alma e razão à impostura,
Ir saudar a mentira em sua corte,
Ajoelhar em seu trono à vaidade,
Ter de rir nas angústias da morte,
Chamar vida ao terror da verdade...
Ai! não, não... nossa vida acabou,
Nossa vida aqui toda ficou
Diz-lhe adeus neste olhar derradeiro,
Dize à sombra dos montes erguidos,
Dize-o ao verde do triste pinheiro,
Dize-o a todos os sítios queridos
Desta rude, feroz soledade,
Paraíso onde livres vivemos,
Oh! saudades que dele teremos,
Que saudade! ai, amor, que saudade!
Almeida Garrett, Folhas Caídas (Porto Editora)