Postais a partir de edição fac-similada da Lithografia Nacional do Porto
(Colecção «Homenagem a Garrett» da Biblioteca Almeida Garrett)
Hoje, dia 21 de Março, data em que se assinala simultaneamente o Dia Mundial da Poesia e Dia Mundial da Floresta, e também o começo da Primavera, escolhemos um dos mais belos trechos poéticos de Almeida Garrett, viajando nós ainda por «Folhas Caídas».
Convidamos todos os nossos leitores a lerem poesia, a lerem-na apaixonadamente, com o mesmo ímpeto com que ela nos é dada pelos poetas.
Voz e aroma
A brisa vaga no prado,
Perfume nem voz não tem;
Quem canta é o ramo agitado,
O aroma é da flor que vem.
A mim, tornem-me essas flores
Que uma a uma eu vi murchar,
Restituam-me os verdores
Aos ramos que eu vi secar
E em torrentes de harmonia
Minha alma se exalará,
Esta alma que muda e fria
Nem sabe se existe já.
Almeida Garrett, Folhas Caídas (Porto Editora)