segunda-feira, 8 de março de 2010

«O Meu Livro de Cabeceira»



O livro que escolhi para ler foi “As Pupilas do Senhor Reitor”, de Júlio Dinis, um livro publicado pela primeira vez em 1867. Foi escrito em Ovar, uma terra lindíssima! Alexandre Herculano definiu este livro, como sendo “o romance do século”.

A qualidade deste livro é muito boa, porque a maneira de escrever do autor é muito interessante, descrevendo muito o dia-a-dia de uma típica família rural. «Em negócio de lavoura, dava, como se costuma dizer, sota às e ao mais pintado. (…) O sol encontrava – o sempre de pé, e em pé o deixava ao esconder-se.»; «As suaves alegrias das núpcias, imaginem-nas, pelo que sentiram, os felizes que na vida as gozaram já; os outros fantasiem-nas, pelo que tantas vezes sonham, ao pensarem no futuro.»

Júlio Dinis utiliza certas expressões a que não estou muito familiarizada, como «sobejo»; «amiúde»; «solilóquio»; «jaez»; «ulteriores»; «beberronia»; «veemência»; «júbilo»; «tumulto»; «semblante»; «afabilidade»; «mitiga». Estas palavras ajudam-nos a enriquecer o nosso «dicionário». Ao ler este livro descobri algumas palavras de linguagem mais popular, como «vossemecê» e «cachopa», que se ouvem ainda agora, mas são habitualmente utilizadas por habitantes de aldeias.

Nunca antes tinha lido um livro deste género. Foi o meu primeiro romance: como era um trabalho da escola, decidi arriscar! Eu acho que todos podem ler este livro. Foi óptimo, porque eu gosto de ler livros de aventura e porque, ao mesmo tempo, sou uma romântica. Por isso é que me deu tanto gozo, digamos assim, lê-lo!

A boa literatura enriquece o vocabulário de quem a lê, o que é muito bom para o futuro de uma pessoa, sobretudo para quem necessite de escrever uma carta ou até mesmo um discurso para uma situação mais formal, isto para não se ter a tendência da repetição de palavras: quando se escreve um discurso e se repete muito as palavras, o discurso torna-se muito monótono, aborrecido e até parece mal!

Este livro é um pouco extenso, o que pode ser difícil para quem não está à vontade com a leitura, mas para quem já lê há tanto tempo, como eu, é capaz de se entender com ele. Não tem figuras, é certo, mas a qualidade de um livro não se mede apenas pela quantidade de imagens ou páginas. As imagens só embelezam mais o livro.

Ao princípio, eu própria também não achava piada nenhuma ao livro, porém à medida que o fui lendo reparei que contava uma história de amor, que parecia impossível, e começou a ganhar o seu interesse.

Na minha opinião, é um livro de cabeceira porque é uma maneira de alargar os horizontes para mais tarde. Assim, em vez de nos dedicarmos só à leitura de livros de aventura ou infantis, podíamos pelo menos experimentar este género de livros.

Andreia Moreira (nº 3, 9ºA)