
A discussão entre relógios
Um dia, o relógio de pulso estava-se a preparar para bater as oito horas e meia, para irem todos para escola, tal como os outros relógios, quando se deu conta de que alguns se atrasavam e outros se adiantavam e isto nunca dava certo.
Numa noite, o mais sério e certo de todos os relógios, o “Big Ben”, pensou e decidiu reunir todos os colegas para uma conversa entre eles e o juiz, eu era um relógio de cuco.
Na manhã seguinte, ele transmitiu a mensagem aos outros e falou com o juiz. E eles aceitaram. Combinaram uma hora para se encontrarem. Mas lá está, uns atrasados, outros adiantados. Dava sempre confusão. E o coitado do “Big Ben” é que levava com a seca toda, à espera dos atrasados.
Dessa conversa não se esperavam certezas. Então o “Big Ben” falou:
— Isto assim não pode continuar. Nós somos os que dão a pontualidade às pessoas. Se continuarmos assim, todos chegam atrasados e isso pode provocar o despedimento à pessoa que foi vítima de falta de assiduidade nossa. As pessoas também podem ficar constipadas no Inverno se nós formos muito adiantados; as pessoas e os alunos chegam muito cedo aos seus trabalhos, escolas e por vezes encontros.
— Sim, tu tens razão! – diziam os relógios de parede.
— Concordamos! – afirmavam os relógios de cozinha.
— Às vezes, nós temos um pouco de culpa por as pessoas irem com um sapato de cada nação ou com as roupas e não condizer… etc… porque tocamos mais tarde e as pessoas quando acordam já estão atrasadas e, então, têm de se despachar! – culpavam-se os despertadores.
— Nós, os relógios de computador, temos as horas atrasadas e os meninos ficam a jogar até mais tarde, pensando que era mais cedo. – disseram os relógios de computador.
— As senhoras que estão a fazer o jantar podem pensar que já é a hora de o pôr na mesa, mas não. Somos nós que estamos adiantados! – afirmaram os relógios de cozinha.
— Esperam aí! Isto assim não pode ser! – reclamou o “Big Ben”, depois de ouvir as queixas de todos. — Acertem todas as vossas horas. Neste preciso momento são 10 horas. Já viram quanto tempo demoraram com esta conversa? E não chegámos a nenhuma conclusão!
— Já está! – gritaram todos em conjunto.
E voltaram para os seus lugares. Os de pulso para o pulso, os de parede para a parede, os de computador para o computador, o “de cuco”, que era o juiz, para as paredes da sala.
No dia seguinte, correu tudo bem, sem atrasos ou adiantos. Chegou tudo a horas, menos os atrasados que tinham adormecido.
Mas quando a hora mudou, voltou tudo à mesma confusão!
Mariana Monteiro, aluna nº 14 da turma 6º A
Texto escrito no seguimento das propostas de escrita criativa, a partir da leitura do conto “Nove Horas? Nunca mais!”, da obra «O Homem que Não Queria Sonhar» de Álvaro Magalhães.
Um dia, o relógio de pulso estava-se a preparar para bater as oito horas e meia, para irem todos para escola, tal como os outros relógios, quando se deu conta de que alguns se atrasavam e outros se adiantavam e isto nunca dava certo.
Numa noite, o mais sério e certo de todos os relógios, o “Big Ben”, pensou e decidiu reunir todos os colegas para uma conversa entre eles e o juiz, eu era um relógio de cuco.
Na manhã seguinte, ele transmitiu a mensagem aos outros e falou com o juiz. E eles aceitaram. Combinaram uma hora para se encontrarem. Mas lá está, uns atrasados, outros adiantados. Dava sempre confusão. E o coitado do “Big Ben” é que levava com a seca toda, à espera dos atrasados.
Dessa conversa não se esperavam certezas. Então o “Big Ben” falou:
— Isto assim não pode continuar. Nós somos os que dão a pontualidade às pessoas. Se continuarmos assim, todos chegam atrasados e isso pode provocar o despedimento à pessoa que foi vítima de falta de assiduidade nossa. As pessoas também podem ficar constipadas no Inverno se nós formos muito adiantados; as pessoas e os alunos chegam muito cedo aos seus trabalhos, escolas e por vezes encontros.
— Sim, tu tens razão! – diziam os relógios de parede.
— Concordamos! – afirmavam os relógios de cozinha.
— Às vezes, nós temos um pouco de culpa por as pessoas irem com um sapato de cada nação ou com as roupas e não condizer… etc… porque tocamos mais tarde e as pessoas quando acordam já estão atrasadas e, então, têm de se despachar! – culpavam-se os despertadores.
— Nós, os relógios de computador, temos as horas atrasadas e os meninos ficam a jogar até mais tarde, pensando que era mais cedo. – disseram os relógios de computador.
— As senhoras que estão a fazer o jantar podem pensar que já é a hora de o pôr na mesa, mas não. Somos nós que estamos adiantados! – afirmaram os relógios de cozinha.
— Esperam aí! Isto assim não pode ser! – reclamou o “Big Ben”, depois de ouvir as queixas de todos. — Acertem todas as vossas horas. Neste preciso momento são 10 horas. Já viram quanto tempo demoraram com esta conversa? E não chegámos a nenhuma conclusão!
— Já está! – gritaram todos em conjunto.
E voltaram para os seus lugares. Os de pulso para o pulso, os de parede para a parede, os de computador para o computador, o “de cuco”, que era o juiz, para as paredes da sala.
No dia seguinte, correu tudo bem, sem atrasos ou adiantos. Chegou tudo a horas, menos os atrasados que tinham adormecido.
Mas quando a hora mudou, voltou tudo à mesma confusão!
Mariana Monteiro, aluna nº 14 da turma 6º A
Texto escrito no seguimento das propostas de escrita criativa, a partir da leitura do conto “Nove Horas? Nunca mais!”, da obra «O Homem que Não Queria Sonhar» de Álvaro Magalhães.