«GOSTO DE ESCREVER»

Publicado em 16/11/2021 

Chegou o outono!

As cores outonais invadem mais uma vez a nossa vida e convidam-nos à reflexão, à introversão, à tomada de novas decisões, de novos rumos.

É mais um ano letivo que se inicia e, com ele, mais um novo ciclo de escrita de textos, alguns poéticos, outros de opinião, uns de tom mais confessional, outros de pura ficção.

A escrita é, assim, um momento de explosão de criatividade, de manifestação de variadíssimos sentimentos e de diversos modos de os exprimir que merece ser festejada.

Atendendo a isto, o tema proposto para a atividade O Texto do Mês relativo a outubro não podia deixar de estar mais de acordo com a estação do ano que vivemos: Tempo de mistérios, tempo de decisões, tempo de mudanças.

E, de acordo com este tema, diferentes olhares foram desenhados por variados alunos em textos inéditos e muito interessantes. Distinguiram-se alguns, que publicamos de seguida.


O mês de outubro chegou!

É um mês de cores quentes, amarelas, castanhas e vermelhas, e de várias mudanças, começando com o tempo. O tempo fica mais ameno, já não faz muito calor e ainda não faz muito frio. Surgem os primeiros dias de chuva que alternam com teimosos dias de sol.

As folhas vão mudando de cor, tornando-se progressivamente mais vermelhas, amarelas ou castanhas, perdendo o verde a sua intensidade. A natureza vai ganhando um brilho especial com as cores do outono. Os dias vão-se tornando mais pequenos e mais escuros. Também as pessoas vão lentamente começando a vestir roupas mais quentes e as aulas começam de verdade. Mais um ano de trabalho se inicia e cada um vai tentar alcançar o seu melhor.

É o início de mais um ciclo!

                                                                                                                         Adairla, 9ºA


Tempos de mistério

 

A vida tem vários mistérios

No mundo em que vivemos

A morte é o maior deles

É um enigma que temos!

 

Pensar na morte, como fim,

Ansiosos, medrosos, enfim.

É a vida que esconde a verdade.

Vamos viver que é tarde!

 

Não corram para o fim

Medrosos e ansiosos,

Desfrutem do que vivem

A vida merece uma oportunidade!

                                Benedita, 8.ºB


Mistério d “Outono”

 

Tempo de mistérios

Tempo de previsões

O mistério da vida

Promovido por decisões.

 

Mudanças nas árvores

Folhas caindo

Cores quentes sobressaindo

Uma visão multicolor

Céu indeciso

Uma brisa fria passa

Pelo céu azul clarinho

Abro um sorriso e

Sigo para meu destino!

 

O Futuro

inseguro e

Obscuro!

                Bianca, 8ºA 



Publicado em 31/7/2020

Sob a inspiração de "Para o Meio da Rua" de Ana Saldanha, memórias de infância:


Memória de Infância

A minha infância foi cheia de brincadeiras e a minha adolescência carregada de aventuras.
Escolhi uma memória que me deixou grandes marcas na vida.
Estava um dia magnífico de praia no Algarve, a família reunida.
Fui passear com os meus três sobrinhos e o meu irmão à beira-mar e decidimos passar para outras praias desconhecidas, pelas rochas, na maré baixa.
Que sítios bonitos, repletos de conchas e pedras lindas!...
Hora de regressar, a maré começa a subir e tive medo ir pelas rochas. Disse que ia por cima e eles foram pelo mar.
Subi um morro e verifiquei que me encontrava muito longe do local da nossa praia.
De biquíni e descalça começo a correr em pleno asfalto quente (eram por volta das onze horas), os carros passavam e apitavam…. ouvia os assobios dos trolhas nas obras.
Que calor e que grande percurso tinha à minha frente, mas não desanimo!
Finalmente, consigo chegar ao meu destino… cansada, queimada, com início de quebra de açúcar e os pés queimados por baixo.
Quando chego ao meu guarda-sol os meus pais perguntam pelo “resto do pessoal”. Não sei o que responder, começo por pedir água e a ficar com receio que tenha acontecido alguma coisa aos meus sobrinhos e irmão.
Olho para baixo e vejo-os, fico feliz e, por fim, começo a contar a minha experiência. Ficam de boca aberta!...
A minha mãe diz: - Hoje não sais mais dessa toalha.


Ana Machado, encarregada de educação



Memória de infância

Prazer de ler

            Chegava a casa da escola, muitas vezes depois de ter passado pela Biblioteca da Gulbenkian.
            A Biblioteca ficava no centro da vila e eu tinha de fazer um desvio e andar para trás no meu percurso de ida para casa. Era um edifício pombalino, com uma grande sala repleta de estantes, onde a luz dos candeeiros emprestava um brilho difuso e misterioso às lombadas dos livros cujos títulos esmaecidos me davam o primeiro sinal para os escolher e levar comigo.
            A rotina de ir da escola para casa, passando pela Biblioteca, de quinze em quinze dias, e o ritual que se seguia, acompanharam os meus oito, nove e dez anos. Mas foram os outonos e invernos desses anos longínquos que ficaram gravados na minha memória.
            Chegava a casa ao fim da tarde, às vezes quase de noite, e a casa estava vazia, os meus pais ainda não tinham chegado do trabalho e o meu irmão estava na ama.
             O ritual de acender o aquecedor a petróleo, ficou para sempre gravado na minha memória. Retirava a mecha, embebia-a em petróleo, acendia-a com um fósforo e, finalmente, colocava-a no receptáculo próprio. Então, como que por magia, o aquecedor começava a sua função e a cozinha ia, lentamente, aquecendo. Seguidamente colocava uma cafeteira com água, na grelha superior do aquecedor. Quando começava a ferver, deitava para dentro umas colheradas de cacau e de açúcar. Mexia energicamente e, antes de retirar do calor, colocava uma pequena colher de manteiga. Voltava a mexer e depois vertia numa caneca. Ia à pasta retirar um dos livros que trazia da Biblioteca e sentava-me junto do aquecedor a ler e a beber o cacau quente.
            Era a felicidade suprema. A casa só para mim. O silêncio povoado pelas vozes das personagens dos livros. O calor do pequeno aquecedor. O cacau quentinho e doce.


Ana Paula Alves, professora bibliotecária



O Bolero de Ravel

  Estávamos no ano de 1982, tinha eu os meus dez anos.
O ano letivo havia terminado há poucos dias, e eu conclui a minha quarta-classe com muito secesso.
Só Alegrias!
No Colégio que eu frequentava desde 1978, já há alguns tempo tinham começado os preparativos para a nossa festa de final de ano letivo, como acontecia todos os anos.
De setenta e três meninas que éramos, todas participavam com os seus talentos, umas com teatros, outras com canções, outras com música e seus instrumentos, outras recitavam poemas e ainda outras com danças e bailados.
As danças, os bailados! O meu mundo!!
Como eu gostava de dançar, o meu gosto e talento pela dança, fora ali descoberto, já o fazia desde os meus seis anos de idade.
Esse ano, para mim, foi bastante diferente dos outros, pois desta vez, eu iria dançar sozinha. Não em grupo como acontecia sempre em anos anteriores, em que me sentia sempre especial, porque estava sempre lá na frente, e por dançar tão bem, todas as meninas durante a nossa atuação se guiavam um pouquinho por mim.
Mas esse ano, como disse, foi diferente, foi especial, a menina Helena Margarida, que era assim conhecida no meio de todas as setenta e três, foi ao palco sozinha na sua dança, e iria ter uma menina das mais crescidas, a recitar de fundo um poema enquanto dançava.
Os ensaios já tinham começado há algum tempo, tudo naquele dia, tinha que ser perfeito.
Com a aproximação da festa, a ansiedade, o nervosismo miudinho se apoderavam de mim de vez em quando.
Mas como acontecia todos os anos, tudo corria lindamente, todas nós brilhávamos!
O gosto pela dança era tanto que tudo o resto ficava lá para trás, e tudo corria tão bem. E este ano não haveria razão para ser diferente.
Este ano, eu iria por breves minutos brilhar sozinha, e na minha dança.
Este ano, a estrela seria eu e naquilo que já era uma paixão para mim, a Dança.
E a menina mais crescida, iria brilhar no seu poema. A nossa atuação iria ser um sucesso.
O nosso fato para a atuação já estava pronto, e que lindos que eram, o meu era azul, azul como o mar.
O ensaio geral chegou, o dia do nosso espetáculo estava mesmo aí e todas estávamos ansiosas com nossas atuações.
Os preparativos de montagem do palco, este ano também eram diferentes e especiais, a festa iria ser feita num dos maiores pátios que a nossa Quinta Amarela tinha. Todos os enredos assim o exigiam.
A montagem do palco este ano contava com a ajuda de alguns dos nossos militares do Exército Português, estavam a cumprir o serviço militar lá na Quinta, mesmo, e mais alguns que vieram do Hospital Militar. Mas como este ano tudo era diferente, porque a Nossa Casa estava também de aniversário, fazia 65 anos, teríamos que festejar esta data tão bonita.
Como no pátio havia sempre o problema do sol, pois o nosso querido público não poderia ficar uma tarde inteira debaixo daquele sol, os nossos Paraquedistas Portugueses, vieram com três paraquedas dos seus destemidos Saltos, e com a ajuda de pilares, os paraquedas serviriam de toldos, uma espécie de guarda-sóis gigantes, resultado, sombra por todo o pátio, onde iriam ser feitas as nossas atuações e onde iria estar o nosso tão esperado público. Público esse, que eram os nossos familiares e amigos, e eram muitos, e as famílias de Patentes Militares, desde os nossos militares mais Rasos, aos nossos Majores, aos nossos Coronéis até à mais alta Patente Militar, o nosso Tenente Coronel.
Todos estes olhos, iriam estar postos nos meninas do Colégio da Quinta Amarela, o Lar dos Filhos dos Combatentes (secção feminina).
E chegou o tão esperado dia, o dia 27 de Junho de 1982.
O dia nasceu com um sol radiante, adivinhava-se um dia bonito de verão. E assim foi! Uma manhã bonita e muito atarefada, com os últimos preparativos. Estava tudo a correr bem.
A nossa exposição de trabalhos de Lavores de um ano inteiro deu abertura à nossa festa, estava linda! Trabalhos maravilhosos, eram bordados de pontos magníficos, eram trabalhos em crochê fantásticos, pinturas, lindos trabalhos os nossos!
A hora do espetáculo chegou, todo o nosso público aguardava ansioso pelas nossas atuações.
Tinha começado!
Teatros tão bonitos, de histórias de encantar.
O Canto - o nosso coro cantou lindas canções, neste dia todas pareciam rouxinóis a cantar no seu melhor, com cantigas populares.
As lindas músicas tocadas por quem mais tinha talento para seus instrumentos musicais.
As danças - o Rancho Folclórico, com danças tão conhecidas como o nosso Malhão, as danças de ginástica rítmica, cada grupo com seu Instrumento, umas com as Fitas, outras com as Massas, outras com os Arcos e eu com a Bola.
Seguiam-se todas as atuações, uma mais bonita do que a outra, todas estávamos a brilhar.
Finalmente, chegou a minha vez de atuar de novo e Sozinha, o meu nervosismo antes de começar notava-se um pouco. Mas mal o meu ato foi anunciado e a minha música começou a tocar, tudo isso passou, desapareceu, estava ali para fazer o que tanto gostava, Dançar! E durante aqueles 5 ou 6 minutos de música eu iria vivê-lo intensamente, eu iria brilhar.
Eu ia dançar o Bolero de Ravel, onde se ouvia de fundo um poema de Fernando Pessoa, o Poema “Mar Salgado”.
A minha apresentação iria ser feita, dançando com uma rede, uma rede de pesca. Iria dançar um bailado de dança contemporânea, tendo como fundo sonoro a leitura do poema que se ouviria pouco depois.
À medida que a música ia avançando eu dançava como se fosse o mar daquele poema, eu era aquela onda do mar, que dança com o seu enrolar, eu era com todos os meus movimentos, a onda que transforma o mar calmo numa tempestade, a onda que enrola na areia, eu era aquela onda do mar, do mar de que tanto aquele Poema falava. A leveza de cada movimento, a elegância de cada gesto, retratava aquele mar.

“Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!

Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.”

E assim termina, lentamente, como se de uma tempestade se tratasse para a calma de um mar sereno.
Uma linda encenação feita através de um bailado de dança contemporânea, um Mar bravio que acalma como se a tempestade terminasse e começasse a bonança!
A minha atuação terminou!
Chegou ainda antes das primeiras palmas, um Bravo, o reconhecimento de quem gostou muito do que acabara de ver, as Palmas de todos, a minha emoção, o meu agradecimento,
O meu Coração Cheio.
A minha memória de Infância retrata a Alegria, a Felicidade de uma menina de dez anos. Aquilo que eu senti ao conseguir passar uma mensagem com o meu bailado. Tinha-me sido dito, tu vais ser uma onda do mar, tu vais ser o mar, e eu tinha conseguido ser tudo isso por breves minutos.
E assim passou mais um dia de felicidade da minha infância, que até aos dias de hoje, eu intitulei o dia do Bolero de Ravel.

     Helena Moutinho, encarregada de educação



Memória de Infância

A minha vida é feita de escolas. Passei maior parte dos meus dias dentro de recintos escolares. Desde muito pequena, quando acompanhava a minha mãe até aos dias de hoje, por ser a profissão que escolhi.
As primeiras memórias de infância que tenho são, lá está, relacionadas com escolas. Até aos quatro anos de idade, a minha existência dividia-se em duas partes: quando a minha avó passava temporadas em casa dos meus pais, ficava com ela por casa, a ver as horas passar, brincando aqui e ali, abrindo livros e imaginando as histórias que lá estavam guardadas e, se não tinha quem ficasse comigo, acompanhava a minha mãe e passava o dia pela escola, enquanto ela dava aulas.
Devo dizer que, apesar dos mimos da avó, sempre preferi ir com a minha mãe. Tinha vários motivos para tal: porque tinha a companhia de muitas crianças, mais próximas da minha idade e, mais importante ainda, porque, no regresso, tinha a oportunidade de fazer uma das coisas que, ainda hoje, mais gosto: brincar com animais. Neste caso, o Bobi. Gostava tanto, mas tanto, que, num dia em que fiquei em casa, acordei, levantei-me, agarrei na minha chupeta e saí porta fora, sozinha, em direção à paragem da camioneta, toda independente: queria ir ver o Bobi. Também me recordo bem da palmada que o meu pai me deu. Felizmente, ainda usava fraldas.
Eram outros tempos e a minha mãe tinha de ir de camioneta até os arredores de Famalicão e, depois, ainda tinha de caminhar cerca de 1 km até chegar à escola. Saíamos cedo, ainda muito antes da hora do almoço e regressávamos já noite. Não era fácil, especialmente no inverno. Mas, para quem queria muito brincar com o Bobi, os obstáculos não eram muito difíceis. Em Arnoso, já meia freguesia conhecia a menina que guardava metade do seu lanche para o Bobi.
O Bobi era o cão de uma quinta, cujo portão de entrada ficava mesmo ao lado da paragem da camioneta. Por volta das seis e um quarto da tarde, era ver o Bobi a abanar a cauda, enquanto olhava em direção da escola. Quando surgia, lá ao longe, a menina do pão, todo ele era alegria. Enquanto esperava que a camioneta chegasse, dividíamos o pão e brincávamos.
Tive uma infância feliz, brinquei muito, gostava da escola, o fim de semana era preenchido com uma enorme família, estive sempre rodeada de gente boa, festas, amigos e, no meio de tudo isto, a recordação que mais me enche o coração é a dos lanches com o Bobi.  
As coisas mais importantes da vida não são coisas.

Sónia Pereira, encarregada de educação

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Sob a inspiração do tema do mar:


Olho, sem me cansar o

Mar
Azul ou com outras tonalidades
Rebelde ou calmo.

Deixa-me sempre uma
Alegria

Mistura de sentimentos na
Infância
Nadar, saltar, brincar…
Horas e horas de magia
Alma e utopia

Inventar brincadeiras na água
Nunca esquecer a
Força do mar
Ansiedade de
Namorar no embalar das ondas…
Calmaria do nosso corpo
Imaginar novas aventuras
Atrás do MAR da fantasia

Ana Ribeiro, encarregada de educação


O Mar

Ao lado da minha casa
há uma casa
onde há pouco tempo
havia, dentro dos seus muros,
uma enorme floresta.
Os soberbos eucaliptos antigos,
os altos pinheiros,
entrelaçados pelas selvagens madressilvas,
traziam até mim
os sussurros misteriosos de inefáveis bosques.
Aquela mancha verde e escura
engolia todas as vistas e perspetivas
possíveis a partir do meu terraço.

Um dia, outro dia e outro
vieram máquinas em forma de formidáveis serras
e, em silvos aflitos, todas as árvores
foram cortadas. Também as madressilvas!
Mas, para meu espanto e gáudio,
do meu terraço, vejo agora
o Mar!

 Ana Paula Alves, professora bibliotecária


O Mar da Minha Meninice

Pensei, pensei sobre o mar
Mas o mar, nada me traz.
A memória é traiçoeira
Só tenho lembranças vãs.

Queria ser de novo menina,
Para brincar com o mar,
Sem medos, sem receios,
Nele poder nadar.

Sonhar com baleias e monstros,
Cavalos-marinhos, estrelas-do-mar.
Medusas, algas e conchas.
Ouvir as sereias cantar.

Mas o tempo passou,
A menina cresceu.
E o medo ao mar
Sem ela querer, venceu!

Estela Laxmidas, assistente operacional (na Biblioteca Escolar)



O Mar

Hoje, dia 27 de Maio, domingo, por volta das cinco horas da tarde, um dia bastante soalheiro, mas aqui à beira mar, muito ventoso.
Um mar agitado com o vento soprando de Norte, junto à praia Azul, logo ao lado da Capela do Sr. da Pedra e do Farol da Boa Nova, em Leça da Palmeira.
O mar rebenta suas ondas nas rochas, pois aqui tem muitas, entrando areia dentro precisamente nas pequenas praias.
À minha esquerda, aí sim e até ao Porto de Leixões, temos areia e mar.
Olhando mais além, e na direção da linha do horizonte, uma imensidão de Mar, onde consigo ver uns três navios bem pequenos avistados desta distância.
Hoje como está mais ventoso, vemos pequenas ondas brancas que se vão formando, que rapidamente desaparecem, muitas mesmo em simultâneo, lembro-me que lhe chamam carneirinhos, tal como os pequenos carneirinhos brancos.
Apesar desta agitação toda do mar, mesmo assim, consigo sentir uma Paz, aquela Paz que com o corre-corre da vida, às vezes não conseguimos sentir, aqui sim, a olhar esta paisagem tão linda, que é o Mar, sinto sim, Paz.
Logo aqui ao lado, na praia de Leça, consigo ver desportistas de parapente aquático, que aproveitam este mar e o vento, hoje tudo a favor para este desporto, que o mar lhes proporciona, e que bem que o fazem!
E aqui mesmo junto de mim, e como é uma praia com rochas de um lado e do outro, o vento não atinge muito, tenho o mar mais calmo, bem próprio para banhos, de quem aproveita o dia para a praia.
Voltando todo o meu olhar em redor e em frente, esta imensidão de Mar do Oceano Atlântico, que banha toda a nossa Maravilhosa Costa Portuguesa.


Helena Moutinho, encarregada de educação




Recordo-me de olhar para o mar infinito no horizonte,
que enchia o meu espírito de tranquilidade.
Era um encontro comigo mesma,
um momento em que eu perdia a noção do tempo e do mundo à minha volta.
O mergulho nas águas refrescantes revitalizava o meu ser,
eram momentos únicos.
Regressava à toalha e refletia como era possível tantas crianças nunca o
tinham visto.
Se me tivesse acontecido a mim,
o meu eu nunca poderia existir.
Pensava como seriam as águas quentes do sul,
a minha amiga dizia que era muito, muito longe.
Será que um dia eu conseguiria lá ir?
Sim, um dia eu iria conseguir ver esse mar quente,
mas era um pouco assustador,
pois era muito, muito longe, num sítio desconhecido.
Mas um dia eu iria sentir o mar quente...
Seria também infinito?
Um dia eu iria saber.

Sónia Valente, encarregada de educação

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À maneira de Clarice Lispector:


À maneira de Clarice Lispector, Perto do Coração Selvagem...

A tia. Os braços gordos e macilentos sempre prontos para abraçar Joana. E aqueles dedos em posição de estalactites, de uma humidade viscosa a tocarem-na constantemente! Que dias tão opacamente iguais! Onde estava a memória do pai? Como se fosse possível trazer até àquela casa, cheia do corpo da tia, dos braços abertos da tia, dos objetos sem sentido da tia, o riso fresco do pai, ingénuo e esperançoso. Ou os seus braços compridos e ágeis com que tantas vezes a levantara e ela sentia então tocar o inatingível. Ou a madeixa negra que teimosamente se espreguiçava sobre os olhos.
Algumas vezes estas imagens gravadas no mais fundo de si, chocavam umas contra as outras e o que Joana via era um emaranhado de dentes, de braços e de cabelos que a sufocavam numa vertigem aguda.
A tia tinha preparado um almoço mimoso para a alegrar – galinha guisada com batatas – uma galinha de cor castanha dourada, tão feliz a debicar minhocas e outras porcarias, na companhia das outras galinhas, isto antes de ser roubada à liberdade e à vida, antes de aparecer cortada em bocados e regada com um molho espesso e escuro, mesmo ali à sua frente, na travessa larga e redonda. As galinhas não se matam e, muito menos, se comem. A tia não sabia? Ah!, tantas coisas para ensinar àquela tia gorducha e ignorante. Ela e o pai é que sabiam! Nunca comiam galinha.

Ana Paula Alves, professora bibliotecária


Autoria de Estela Laxmidas, assistente operacional na Biblioteca Escolar

Escrever à maneira de Clarice Lispector...
Paz, hum… esse sentimento ilusionista, que me leva a pensar que tudo à minha volta cheira a felicidade, prazer e euforia e não é que então, num leve bafo, num pequeno salto catastrófico, como se, sem pensar nem dar conta, desse um saltinho e me visse a cair do cimo de uma ponte, tudo se torna num enorme desespero cortante, mutilador onde sinto o sangue que me corre nas veias prestes a derramar-se por todo o meu corpo.
Aqui estou eu, no silêncio merecido do meu quarto, onde o único som que me envolve é o som do vento que faz voar e rodopiar as folhas em várias direções e empurra os ramos do misterioso limoeiro, que nasceu ao lado da janela do meu quarto sem eu saber como, só sei que não fui eu, contra a janela, como se pedissem autorização para entrar.
Depois de um ano inteiro de trabalho árduo, sufocante, como se trabalhasse debaixo de água e só viesse à tona para respirar, que me consumiu a alma, a energia e a carne deixando-me só o esqueleto de algo que já fora alguém, posso finalmente carregar a bateria e deliciar-me com esta paz silenciosa e tão transcendental que se infiltrou pelas minhas narinas e se apoderou do meu eu.
Toca o telefone, atendo e, de repente, eu já não sou eu, entrego-me ao corpo de um homem, que toda a sua vida sofreu de humilhação, traição, rejeição e à insignificância que ele próprio se deixou ser. Um homem com um coração maior que o mundo, um homem que se conhecesse a sua própria essência seria tão grande que todos os outros se sentiriam meras formigas perto dele.
Sinto-me livre, finalmente posso voar, assinei os papéis que tanto pavor, angústia e desespero me causaram, mas afinal, agora sinto paz, sinto que tudo posso.
Pela primeira vez na vida sinto-me grande, consegui quebrar as correntes enferrujadas e já cheias de lodo, cresceram-me asas, posso voar.
Agora, vou fazer aquilo que sempre me deu prazer, ajudar e passear. Já coloquei no saco tudo o que a minha vizinha me pediu e enquanto me dirijo para casa, vou pelo passeio e apercebo-me que durante todos estes anos nunca tinha dado atenção ao som maravilhoso dos pássaros, as árvores estão carregadas de ninhos escondidos entre a folhagem e o canto deles é algo de outro mundo. As pessoas são simpáticas comigo e eu sinto-me radiante.
Estou quase a chegar, mas vejo uma senhora a conduzir um carro completamente descontrolado e quando me apercebo tenho as pernas completamente esmagadas, o meu sangue pintou tudo ao meu redor e a dor, o pânico e o desespero tomaram conta de mim.
A paz ilusória, mentirosa, maldita, tornou-se tão amarga.
Espera, a dor desapareceu, não sinto nada… não tenho medo, estou em paz outra vez.
 Não, não é possível. Que paz estranha é esta?
Ah… acho que acabou, acabou tudo.
 Acho que morri!
Filipa Remelgado, encarregada de educação



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Publicado em 28/7/2020






Primavera

No fim do inverno
Veio o cheiro do mar
O florescer das flores
A cor, o brilho, o pomar.

Cheia de alegria
Veio a cantar
Com um sorriso único
Único como sonhar.

O canto dos pássaros
A cor da natureza
Vem deslumbrante e ardente,
a esplêndida Primavera.

Bruna Oliveira, 9.ºA


Primavera

A Primavera voltou
E com um sorriso a recebemos
Consigo regressou a alegria e a harmonia
E a frescura dos ventos.
O canto das aves
Desperta-me todos os dias,
Os campos encheram-se de flores novamente.
Isto é a Primavera!
Estação que deixa toda a gente contente!

Diogo Garcia, 9ºA


Vivemos num mundo desatinado
Assombrou-nos uma pandemia
e por tempo indeterminado
a perda da liberdade era o que temia.

Chegou a primavera
Com um sorriso veio mais cedo
em casa num tempo de espera
sem puder sair por medo.

O céu abriu, as flores nasceram
fazer um piquenique era irresistível
as andorinhas mais cedo vieram
o canto lá fora era reconhecível.

Acabou-se a "prisão"
para a nossa alegria
e mesmo com máscara de proteção,
eu ainda sorria.

Fabiana Rodrigues, 9.ºA





Primavera 

Lá vem ela, a nossa amiga primavera.
Com ela a alegria de ver o sol nascer.
O azul do céu e o amarelo das flores.

Lá vem ela, com o canto das andorinhas,
Que encantam o sorriso do filho da vizinha.

Lá vem ela, a primavera.
Quando ela chega, eu vou passear com ela.

Francisco Camilo, 9.ºA


Na primavera o amor acontece

No peito um sorriso do coração,
Provocado pela sua enorme euforia,
Enfim, acabou qualquer espera,
O amor tinha vindo com a primavera.

Tantos jardins floridos com delicadeza,
Assim é a nossa bela natureza,
Que se transforma com altivez,
Movimentando sentimentos com lucidez.

O amor nasce e as flores florescem,
O canto dos pássaros enche coração,
Viajando pelos sonhos de esperança,
Transformando a vida e dando confiança.

Na ternura de uma flor se descobre o amor,
Oferecendo aos sentimentos uma nova cor.

Isabel Gomes, 9.ªA


A Primavera

A primavera e o seu canto
De alegria no coração balança.
O sol aparece
Um enorme sorriso no rosto cresce
Com as suas flores dá vida e cor
Até à mais pequenina flor.

Jéssica Arouca, 9.ºA




PRIMAVERA
A Primavera está aqui,
No ar,
Podemos sentir o cheiro a chegar,
Nas árvores,
As folhas são verdes,
Lagartas apanham sol com alegria,
Os pássaros estão de volta,
Com um canto de espantar,
A relva lá fora e a flor a brotar,
E abelhas ocupadas a trabalhar,
Nas árvores,
As folhas são verdes,
Lagartas apanham sol com alegria,
Arrancando um sorriso ao meu dia.

Lara Dias, 9.ºA


Primavera

A Primavera tão doce 
Como o sorriso dela 
Tão dócil, tão frágil
O cheiro de flor com o perfume
Que ela carrega consigo.
O canto da primavera
Tão alegre quanto ela, 
Tão sorridente, tão apaixonante, tão ardente, tão cega,
Mas, como todas as coisas boas, 
acaba e nunca mais volta!

Márcio Bessa, 9.ºA


Primavera

A estação da Primavera
Dá-me um sorriso de alegria
Acordar com o canto dos pássaros
Como se vivesse num campo
É uma sensação fantástica.
Borboletas a esvoaçar
Pelo formoso céu azul.
Tardes com algum calor,
Para dar longos passeios
Nos verdes jardins em flor.


Tatiana Ferreira, 9.ºA





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Publicado em 17/7/2020

Numa Aula de Português, inserida no Ensino à Distância e em articulação com a Biblioteca Escolar, os alunos do 5.º B, na abordagem e estudo do poema “Basta imaginar”, in O Pássaro da Cabeça e mais versos para crianças, de Manuel António Pina, foram convidados a escrever o seu poema, inspirando-se no texto e no autor em estudo. Com a orientação da professora de Português Clara Silva e da bibliotecária Ana Paula Alves, os alunos, “à semelhança” de Manuel António Pina, apanharam as asas da imaginação, escrevendo os cândidos poemas que publicamos.


Basta imaginar

Basta imaginar
uma ilha para nela descansar,
e depois imaginar uma nova espécie para nela habitar
e imaginar árvores para nela estar
e imaginar casas para nela viver.

                               Afonso Bento, 5.º B


Basta imaginar
uma rainha para governar,
e depois imaginar um castelo para ela morar
e imaginar um rei para a ajudar
e imaginar um bobo para  animar.
                        Ana Carolina Carvalho, 5.ºB

Basta imaginar
um desenho para o criar,
e depois imaginar uma casa para ele viver
e depois um sorriso para nele alegrar
e imaginar um mundo para nele estar.
                                Carolina Botelho, 5.º B

Basta imaginar
um leão a voar,
e depois imaginar uma nuvem no chão
e imaginar um pássaro sem asas
e imaginar uma árvore feita de doces.
                                 Cláudio Cardoso, 5.º B


Basta imaginar

Basta imaginar
um lápis para desenhar,
e depois imaginar uma criança para o pintar,
cores para completar
e pintar para finalizar.
                                      Manuel Garcia, 5.º B


Basta imaginar

Basta imaginar um bebezinho para o criar,
e o mundo para o mandar,
e um planeta para ele ficar
e uma cidade para ele morar
                                Tomás Monteiro, 5.º B
 Basta imaginar

Basta imaginar um rapazinho para o criar,
e depois imaginar um mundo para ele estar
e imaginar um sorriso para nele habitar
e imaginar paz mundial para ele a dar.

                                        Vanda Nunes, 5.º B



                      
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Publicado em 15/7/2020


VIAGEM NO TEMPO

Ali estávamos nós, prestes a entrar na nau portuguesa que nos levaria à Índia. O nosso comandante, Pedro Álvares Cabral, é boa pessoa, muito simpático.

 Estávamos no oceano Atlântico, prestes a dobrar o cabo da Boa Esperança, quando o comandante viu terra, mas supostamente ainda não tínhamos dobrado o cabo.      E foi aí que vimos que tínhamos descoberto outra terra. Era uma terra habitada por índios amigáveis. Decidimos chamar-lhe Brasil.


Miguel Viela, no dia 24 do mês de Janeiro do ano de 1501.


Tudo correu muito bem e regressámos a Lisboa, partindo da Índia no dia 1 de Dezembro.

Nesta viagem de regresso, os produtos que trouxemos foram diferentes dos que tínhamos levado: especiarias, sedas, pérolas, pedras preciosas, porcelanas, obras de arte e animais exóticos.

A ocupação dos tempos livres é essencial para manter a ordem nos navios, pois tantos homens juntos num espaço fechado facilmente entram em conflito. Neste aspeto, são os padres que ajudam, que organizam longas e variadas cerimónias religiosas: missas, sermões, rezas coletivas, bênçãos e procissões.

Navegar no mar alto só por si é complicado porque se fica à mercê das forças da natureza. Por vezes as pessoas rebolavam pelo convés aos altos gritos, e mais uma vez, com a maior sorte do mundo conseguimos sempre evitar que alguém fosse cuspido borda fora, pois se tal acontecesse nada nem ninguém as podia valer, algumas quase foram esmagadas pelas cargas que se soltaram, mas milagre ou não, algumas magoaram-se mas escaparam da morte por esmagamento.

Mas a minha nau foi abençoada por Deus, pois só assim se pode explicar o facto da nossa nau e toda a tripulação ter feito a viagem de ida e regresso sem perdas humanas de nenhuma natureza e termos escapado a mares tenebrosos e tempestades assustadoras.

            Renata Remelgado, no dia 20 do mês de Junho do ano de 1511.




Estávamos a ir para a Índia mas deparámo-nos com o nosso maior inimigo, o cabo das Tormentas. Nós estávamos a dar luta mas não resultava, então tivemos uma ideia: ir mais longe da costa. O plano resultou e chegámos ao oceano Índico. Passadas algumas semanas chegámos à Índia. Nós, com gentileza, fomos falar com o rei a pedir para fazer comércio. O rei dáva-nos especiarias e nós, os nossos produtos de maior qualidade. Ele não aceitou e nós fomos para os nossos barcos e com a nossa marinha muito poderosa, bombardeámos a cidade. Roubámos as especiarias e partimos.

Estávamos de volta no mar, uma tempestade surgiu com ondas fortes, relâmpagos e chuva intensa. Houve uma rachadura no compartimento dos alimentos. Tudo foi com a água, inclusive a comida e as pessoas que estavam lá dentro. Felizmente estávamos perto da costa e parámos para arranjar o barco. E agora havia dois problemas: a tempestade e a falta de comida. Tivemos que racionar o que nos restava. Os tripulantes estavam a ficar malucos por causa da fome e alguns não resistiram e faleceram. Estava uma confusão. Encontrámos uma pequena ilha e parámos lá, havia frutas e cereais para toda a tripulação.

Partimos e estávamos no cabo das Tormentas, passámos com facilidade e chamámos-lhe cabo da Boa Esperança. Chegámos à nossa terra e as pessoas aplaudiam e festejavam a nossa chegada. Fomos para casa e esperámos pela próxima viagem.

Rodrigo Rajão no dia 22 do mês de outubro no ano de 1510.

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Publicado em 14/7/2020

No Ensino à Distância, os alunos, orientados pela respetiva professora de Português, responderam a alguns desafios de escrita. Dos inúmeros textos de opinião escritos pelos alunos do 5.º A, sob a orientação da professora Sónia Ramalho, selecionámos dois sobre os prós e os contras da Internet.

Texto de opinião

A Internet é uma coisa fantástica podemos fazer muitas coisas divertidas.
Em primeiro lugar podemos falar com familiares, amigos e professores por videochamada.
Em segundo lugar quando não sabemos alguma coisa e queremos saber só precisamos de pesquisar. Quando não sabemos como são palavras duma língua noutra língua só temos de ir ao Google tradutor. Além disso a Internet também tem muitos jogos para nos podermos divertir
Em conclusão acho que a Internet é uma coisa fantástica e que não a deviam nunca apagar, mas, também temos que ter cuidado e não estar muito tempo a um ecrã, porque faz mal aos olhos.

                                                                                          Miguel Viela, 5.º A


Viver com a Internet

A Internet é um instrumento muito útil para a população porque nos permite  obter informações rapidamente e falar com pessoas que estão longe. A Internet, usada corretamente, é algo muito positivo para todos. Claro que a Internet tem as suas vantagens e desvantagens como quase tudo na vida, tem um lado bom e um lado mau. A Internet é uma coisa boa porque podemos ver e falar com familiares e amigos que estão longe. Também podemos pesquisar coisas novas e aprender muito. Outro motivo positivo é que podemos jogar e nos divertir. No entanto, a Internet tem um lado muito mau, pois se for usada incorretamente, pode-nos pôr em perigo.
Em primeiro lugar, não devemos colocar informações nossas na Internet pois podem usá-las para nos fazer mal. Em segundo lugar, não devemos falar com pessoas que não conhecemos pois é muito perigoso. Existem adultos que nos querem fazer mal e fazem-se passar por crianças da nossa idade.
Portanto, se usarmos a Internet com cuidado, ela é muito útil e educativa. Tal como o momento em que vivemos com a escola à distância, a Internet tem sido muito importante.

                                                                                                    Renata Remelgado, 5.º A



 A propósito do texto diarístico (diário), também no Ensino à Distância, a Beatriz Remelgado do 9.º B , orientada pela sua professora Elisa Ascensão, redigiu uma entrada de Diário que convidamos a ler.


21/12/2019
Querido diário
                Ontem, cheguei a casa de uma experiência incrível. Tive a oportunidade de participar no projecto ERASMUS e foi uma das melhores decisões que tomei na minha vida. Então, vou contar como tudo aconteceu.
                Tudo começou uma semana antes de ir. Sentia os nervos á flor da pele. Estava mais nervosa do que feliz. Estava nervosa com o tamanho da mala, com a roupa que iria levar, de como me iria comunicar, porque sou “muuuito” tímida, e, principalmente, com o modo como as pessoas iriam reagir a um pequeno mirtilo.  Mesmo nervosa, consegui preparar tudo como queria. Consegui arrumar tudo o que precisava dentro de uma mala minúscula.
                 Chegou o tão esperado dia. Mal dormi só de pensar que tinha a possibilidade de adormecer e chegar atrasada. Dormi umas 2 horas, baixei 500 músicas para não me sentir entediada no avião (apesar da ansiedade não me ter deixado ficar aborrecida!). Tenho que admitir que estava muito feliz. Afinal, ia poder conhecer pessoas novas e VER NEVE!! Claro que eu já tinha visto neve na Serra da Estrela, mas nunca assim como lá estava.
                Entrei no avião e a minha mão tremia tanto que o senhor que verificava o bilhete teve de ver pela segunda vez. Sentei-me no lugar que indicava no bilhete e mesmo tendo verificado 3 vezes ainda estava preocupada: não tinha totalmente a certeza se estava no lugar certo.
Finalmente, o avião descolou. Pus uma das músicas e fechei os olhos para não ficar tão assustada.
                Assim que o avião pousou, eu senti-me incrível, sentia-me capaz de fazer de tudo. Tive de apanhar outro avião, o que já não me assustou tanto.
                Cheguei à Roménia e a minha timidez atacou, quando conheci a menina com quem ia ficar. Fui de carro até casa dela e pelo caminho entreguei-lhe o presente que lhe tinha comprado e ela pareceu adorar. Eu já sabia que ela gostava de Harry Potter, então o presente era sobre esse tema. Fui muito bem recebida, mas tinha um pequeno problema que percebi na segunda refeição que comi com ela… todas as refeições tinham tomate Cherry. Tive que me habituar, mas até hoje não voltei a comer tomate Cherry.
                Os dias passavam e eu ia conhecendo muita gente, o medo de me poderem achar estranha e a timidez foram desaparecendo. Os que eu ia conhecendo chamavam-me para tomar café com eles, fazíamos umas atividades como bowlling e até me convidaram para ir a festas. Infelizmente, só pude ir a uma, mas diverti-me imenso e conheci ainda mais gente. Trouxe muitos amigos no meu coração e mantenho contacto até hoje.
                Um dos momentos que nunca me irei esquecer foi quando um grupo de pessoas que faziam parte do projeto me chamou para ir com eles a uma cafetaria num dos intervalos. Falámos imenso sobre as diferenças, sobre coisas das nossas vidas e eu senti-me como já falasse com eles e já os conhecesse há muito tempo. Sem eu perceber, todos os meus receios tinham desaparecido e a minha pequena dificuldade em falar inglês não foi um grande problema, eles eram muito compreensivos e ajudavam-me quanto a isso.
                 No início, eu queria voltar para casa, estava a morrer de medo do que podia acontecer, mas com o passar dos dias eu não queria voltar. Lógico que sentia saudades da minha família, mas iria adorar ficar mais um tempo lá.
                Chegou, então, o momento da despedida.
     Estava tudo a correr bem, tinha-me despedido das pessoas que tinha conhecido e que não faziam parte do ERASMUS, no dia anterior. Já sentia a saudade a apertar, mesmo antes de ir embora. Despedi-me de outras amigos/as e, por fim, da menina e da mãe da menina que tinha ficado comigo. Foi a parte mais difícil! Quando eu abracei a mãe da menina, ela começou a chorar e quando dei por mim, as lágrimas já desciam pelos rostos de quase todos nós. Em pouco tempo, todos nós nos afeiçoamos muito uns aos outros. Foi complicado!
                 Com esses momentos todos e com as conquistas que alcancei eu senti-me muito melhor comigo mesma. Agora sei que sou capaz de ultrapassar os obstáculos e que irei sempre ter oportunidades para realizar todos os meus sonhos, é só saber onde procurar.
   Adorei esta viagem, consegui realizar um dos meus sonhos e não posso esperar por ver de novo, um dia, os amigos que lá fiz!  
  
                                                                 Com muito amor, Beatriz Remelgado

                                                               
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Publicado em 26/6/2020

Os textos abaixo publicados são sobre a obra "O Principezinho" de Antoine de Saint-Exupéry, em que as  alunas Ana Catarina e Catarina Maravilhas imaginaram como seria o reencontro do Principezinho com a sua preciosa rosa, depois da viagem que este resolvera fazer ao Planeta Terra.
Os dois textos são resposta ao Desafio do #ESTUDOEMCASA e não tiveram senão algumas ligeiras correções. Pretendo sempre respeitar o mais possível a criatividade, e a liberdade imaginativa das autoras, que fizeram um belíssimo trabalho como se pode verificar.
                                              (A professora Elisa Ascensão)




Depois da sua grande viagem, o Principezinho finalmente conseguiu o que tanto queria, encontrar a tal rosa. Toda a gente duvidava dele, por haver tantas rosas iguais, mas o Principezinho sabia que quando a visse a reconheceria logo...
Principezinho estava muito feliz e não acreditava no que os seus olhos viam, ele ainda estava um bocado longe da rosa, mas quando se aproximou e esta o viu, foi uma festa. Ambos se abraçaram e choraram de alegria, estavam ambos muito espantados por se terem conseguido voltar a encontrar.
A rosa, ainda a limpar as lágrimas, disse:
- Estou tão feliz por te ver! Já passou tanto tempo! Anda tudo bem contigo?
- Sim, muito bem, principalmente agora, porque consegui chegar até ti.
- És muito querido, senti muitas saudades tuas!
- Eu também senti saudades tuas! Estás tão linda como uma cotovia!
- Obrigada! Como não tinha ninguém, já achava que os picos do meu caule falavam!
- Seria estranho se isso acontecesse. Mas não interessa agora, o que importa é que finalmente estamos juntos de novo!
Para poder levar a sua querida rosa para todo o lado e para não voltar a sentir saudades dela, decidiu colocá-la num vaso, para nunca mais a perder como aconteceu.


                                                           Ana Catarina Silva, 8.º A
           
No meio de tantas rosas, o Principezinho não conseguia distinguir a sua. Eram todas vermelhas, e ele estava completamente confuso. A raposa tentou ajudá-lo, dizendo:
            - Certamente, haverá algo que te fará distinguir qual é a tua. Fecha os olhos. – pede a raposa. - Lembra-te do seu cheiro, da sua cor avermelhada como cerejas, da sua suavidade como o mel….
            O menino faz o que a raposa lhe sugeriu, e caminha por entre as rosas, procurando encontrar a sua. Um perfume intenso entra pelo seu nariz acima e o menino não teve dúvidas que já tinha encontrado a tal.
            - Encontrei-te! Tinha tantas saudades tuas!
            - Meu querido Principezinho! Também tinha tantas saudades tuas. Como me distinguiste de todas as outras?
            - Apresento-te a raposa. Ela ajudou-me. Disse para eu fechar os olhos e imaginar várias coisas, como o teu cheiro, a tua cor….
            - Muito obrigada, raposa! E que tal é o cheiro das minhas pétalas, hã? – brincou a Rosa.
            - Cheiras muito bem…. – suspirou o Principezinho.
            A Rosa ficou mesmo muito feliz por reencontrar o seu amigo e este também. O Principezinho deu-lhe um enorme abraço e prometeu que cuidaria sempre dela e que a levaria sempre consigo.


                                                                                     Catarina Maravilhas, 8.º A

Achei muito peculiar a notícia da Catarina Maravilhas, em resposta ao desafio do #ESTUDOEMCASA. O título da notícia foi mantido, apesar de não obedecer com rigor às normas formais dos títulos jornalísticos por conter o determinante. Mas devido à natureza ficcional da notícia, decidi respeitar e não corrigir. Acho um texto divertido que vale a pena ler e que não sofreu qualquer alteração. 

                                                                                    (A professora Elisa Ascensão)


O desaparecImento da pIntInha do “I”
            A vogal “I”, neste fIm-de-semana, perdeu a sua parceIra “pIntInha”. A população constatou este facto quando pegaram nos seus telemóveIs, e sImplesmente a preciosa pIntInha do I tInha desaparecIdo. Esta sItuação verIfIcou-se no paÍs InteIro.
            Após o “I” se chatear com a pIntInha, ambos se separaram e fIzeram este trágIco acontecImento ocorrer. DIz-se que Isto aconteceu porque a pIntInha vIu o I assaltar um multIbanco e fIcou muIto arreliada com ele. Está prevIsto que o I volte ao normal no próxImo mês.
Quando tudo voltar ao normal, toda gente poderá usufruIr do “i” com pIntInha. Até lá, terão todos que usar o I sem pIntInha.


                                           Catarina Maravilhas, 8ºA


Envio uma carta formal também muito interessante, mais uma vez da autoria da Catarina Maravilhas. Trata-se de mais uma resposta a um desafio do #ESTUDOEMCASA. A razão da sua publicação deve-se ao facto deste conteúdo fazer parte do programa de 8.º ano e nem sempre ser muito fácil de compreender para os alunos. A Catarina trabalhou muito bem o texto e o aspeto formal, bem como o tipo de linguagem foram, na globalidade, cumpridos.

                                                                                     (A professora Elisa Ascensão)


Catarina Maravilhas
Rua do Círculo, nº10
8432-356 Tintas
Exm.º Senhor Presidente da Junta de Freguesia de Tintas
Travessa Cores
8776-327 Tintas

Tintas, 22 de maio de 2020

Assunto: Disponibilidade para participar no projeto “Fazer voluntariado”.

 Exm.º Senhor Presidente da Junta de Freguesia de Tintas

O meu nome é Catarina Batista Maravilhas e, desde já, agradeço a sua atenção e o tempo dispensado a ler esta carta.
Queria pedir a sua permissão para integrar e participar no projeto “Fazer voluntariado”, que a Junta de Freguesia de Tintas está a desenvolver.  Acho um projeto muito  solidário e uma ótima iniciativa da Junta de Freguesia de Tintas com que eu me identifico.
O meu objetivo neste projeto é colaborar na doação de comida para os canis, bem como em doar comida e roupa aos sem abrigo. Eu sei que estamos a passar por uma pandemia terrível e, devido a esta situação, a pobreza agravou-se de uma forma incontrolável na nossa freguesia.
Possuo o equipamento de proteção necessário e estou disponível para poder participar neste projeto.
Solicito, deste modo, que o meu pedido seja deferido.

Atenciosamente,
Catarina Maravilhas


Por fim, mais um texto delicioso e novamente da Catarina Maravilhas que está a provar que escreve maravilhosamente bem. Trata-se de uma página de um diário, respondendo ao desafio proposto de, à semelhança de Anne Frank, também os alunos escreverem uma página do seu diário, neste período de crise e confinamento por que passamos, relembrando um tipo de texto que já foi trabalhado nas aulas presenciais.

                                                                               (Professora Elisa Ascensão)

Segunda-feira, 25 de maio de 2020

Querido Sabe Tudo:

            Já sabes que estou de “quarentena” há dois meses e meio. Tem sido completamente chato! Já não aguento mais estar em casa. Tira-me daqui, por favor!
            Para me distrair, tento arranjar algumas coisas para fazer, como:
Falar com a minha melhor amiga;
Ver séries na Netflix;
Jogar;
Desenhar;
Fazer os desafios de português que a professora da tele escola manda;
Arrumar, etc…
Mas continua a ser muito aborrecido. Tenho saudades de estar com a minha melhor amiga, tenho saudades de ir ao shopping, tenho saudades de aturar os meus professores….
Enquanto não estava de quarentena, só queria que o fim-de-semana chegasse para não ter mais trabalhos de casa, mas agora até sinto saudades disso. Bem… mas também tenho que tirar proveito disto não é? Ora vê bem… (agora vou fazer uma pequena lista do que eu posso aproveitar nesta quarentena…)
Não preciso de estudar para os testes;
Posso estar de pijama;
Quando tiver fome a meio de uma aula posso comer;
Alguns trabalhos posso fazer no computador, o que é mais rápido;
Quando acabo a tarefa proposta por algum professor, posso sair mais cedo, etc.
Acho que já te chateei demasiado por hoje, Sabe Tudo… Vou agora deixar-te descansar. Tenho a leve impressão de que quanto mais escrevo, mais ficas pesado kkkkkk.

Até amanhã, Sabe Tudo!
A chata da tua autora
Catarina



                                                                                            
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   Publicado em 4/6/2020

Segue-se uma seleção de textos escritos pelos alunos do 5.º A, no âmbito da disciplina de História e Geografia de Portugal. Sob o espírito da época estudada – a sociedade portuguesa nos séculos XIII e XIV – os alunos, com a orientação da professora Ana Paula Alves, foram convidados a viajar no tempo... Viajemos nós também!


O camponês ou camponesa


Eu, como camponês, tinha as minhas obrigações perante o senhor, de pagar rendas.
A minha alimentação era à base de legumes, ovos e toucinho, a carne só era consumida nos dias de festas, como no Natal, na Páscoa, nos batizados e nos casamentos.
A maneira de vestir era vestuário simples, feito com tecidos de linho ou de lã e fabricado em casa. Andava descalço ou calçava sandálias ou botas de couro untadas com sebo.
Só existia diversão nas festas religiosas ou quando ia às feiras, dançando e cantando.
A minha casa era fabricada de madeira e de pedra, tinha cobertura de colmo e o chão era em terra batida. Tinha apenas um compartimento e a iluminação era dada pela lareira.
Era uma vida de muito sacrifício e de trabalho, mas mesmo assim, eu era feliz e divertia-me quando tinha oportunidade.

                                                                    Gonçalo Silva, 5.º A


Se eu fosse um camponês, a minha vida seria de trabalho árduo, desde manhã até à noite.
Teria de pagar renda de uma casa e cultivar as terras do senhor.
A minha casa não teria condições quase nenhumas.
Vestia roupas simples, confecionadas em casa.
A alimentação seria simples, à base das coisas que cultivava, carne só em dias de festa pois também seria nessas festas que me podia divertir, dançando e cantando.
Para resumir, seria uma vida dura e de muito trabalho, com muitas dificuldades.

                                                                                   Rodrigo Ribeiro, 5.º A


 Eu, se fosse uma camponesa, gostaria de ser eu a fazer os meus vestidos com tecidos em linho, para serem mais confortáveis e frescos, e o meu calçado seria sandálias.
A minha casa seria de dois materiais, madeira e pedra, para ficar mais bonita e forte e teria dois compartimentos, um com a lareira e outro onde punha as esteiras para dormir.
Tentaria fazer um forno na minha terra, porque assim não teria de pagar a renda ao senhor.
Trabalhava de manhã até à noite nas terras do senhor e para onde me mandassem.
Alimentava-me com pão, toucinho e legumes.
 Sempre que pudesse não faltava às feiras e às festas para poder cantar e dançar.

                                                      Beatriz Barbosa, 5.º A


Se eu fosse um camponês praticava a agricultura. Tinha que pagar muitos impostos ao rei.
Vestia-me com roupas de lã e calçava sandálias. Comia pão, toucinho e legumes. A casa onde vivia era de pedra com o telhado de palha.
Sentia-me cansado e frustrado.
                                                                                             Rodrigo Rajão, 5.º A



Se eu fosse um camponês tinha de pagar rendas e tinha que ajudar nos trabalhos agrícolas. Vestia-me com roupas lavadas e antigas. Comia pão, legumes, ovos e toucinho e bebia vinho. Por vezes comia carne, apenas em dias de festa. A minha casa era feita de madeira, sem janelas, só com portas, e o telhado era feito de palha. Divertia-me a jogar jogos da época, a dançar, a cantar, nas festas religiosas ou quando ia às feiras.
Por fim, mas não menos importante, era como eu me sentia, às vezes triste e outras vezes feliz.

                                                                                             Vicente Silva, 5.º A


O nobre


Se eu fosse um nobre, fazia corridas a cavalo e participava em torneios. Para me divertir jogava xadrez e assistia a espetáculos de cavalaria, com a minha família.
Gostava de comer muita carne e pão. Para beber, bebia muita água para não ficar com sede. Gostava de usar chapéu e roupas a condizer, para ir aos banquetes.

                                                                                              David Lemos, 5.º A

 Se eu fosse um nobre do século XIV, fazia caçadas e participava em torneios. Divertia-me a ver espetáculos com a minha família.
Gostava de comer carne assada e vestia-me com muita elegância.
                                                                                              Rodrigo Rajão, 5.º A


Chamo-me Beatriz e sou uma dama muito nobre...
Fui convidada para um sarau no palácio do rei. Levei o meu vestido preto e longo. Mal cheguei, um cavalheiro bem trajado pediu-me para dançar e eu, agradecida, aceitei. Acabada a dança, sentámo-nos a uma grande mesa, rindo de um bobo da corte que fazia as suas piadas. Mas havia outros que falavam e riam de suas próprias piadas. Rimos muito e ficámos com bastante fome. Um banquete foi servido, estava delicioso e como a dama que sou, comi sem sujar o meu lindo e caro vestido. No fim do banquete começou outra música parecida com a do começo do sarau. Um cavalheiro diferente convidou-me para dançar, ele era bem bonito e confiante para conseguir convidar uma dama tão linda como eu. Também estava vestido de forma muito elegante. No fim do sarau tive que me vir embora.
 Foi o melhor banquete da minha vida.

                                                                                          Beatriz Andrade, 5.º A

Fui convidado para um sarau onde foram tocados e cantados poemas escritos por trovadores. Todos os convidados iam vestidos com muita elegância, as senhoras da corte com os seus vestidos longos e usavam chapéus a condizer, pareciam fadas madrinhas. Os outros cavalheiros, tanto como eu, usávamos o nosso melhor manto de festa, acompanhado também pelo chapéu ou boina.
Estava tudo lindo, a decoração muito bem realizada. Todos conversavam a um tom que se pudesse sempre ser ouvido, um bom som de fundo para a declamação dos poemas. Foi servido bom vinho e bons aperitivos de acompanhamento.

                                                                                             Rodrigo Ribeiro, 5.º A


O sarau estava animado com os poemas que os jograis declamavam. Eu assistia às declamações e dançava nessa festa maravilhosa. Ia vestido com roupas elegantes e coloridas. As outras pessoas estavam felizes e bem vestidas. O banquete estava delicioso.

                                                                                            Rodrigo Rajão, 5.º A


Se eu fosse um nobre habitualmente convidado para os saraus no palácio do rei, ia vestido a rigor, com as melhores roupas. Assistia aos espetáculos, onde participavam os jograis que tocavam e cantavam poemas escritos pelos trovadores.
Todas as damas estavam vestidas com vestidos compridos, até ao chão, e também usavam chapéus. Os senhores também muito bem vestidos, alguns de calças justas e casaco, outros com grandes mantos, todos usavam chapéu.

                                                                                              David Lemos, 5.º A


Hoje, de manhã bem cedo, o rei D. Dinis convidou-me, a mim e ao meu marido, para um sarau, no seu palácio, à noite.
Quando lá cheguei, havia muitas damas com vestidos belos. O meu vestido era vermelho e feito de seda.
No sarau havia jograis que tocavam e cantavam poemas escritos por trovadores.
Foi uma noite memorável, na corte do rei D. Dinis.

                                                                                               Paula Pereira, 5.º A

Eu sou Renato, senhor da nobreza e mais uma vez fui convidado para um sarau no palácio do rei.
Aqui estou eu, observando as lindas senhoras da nobreza, vestidas a rigor, com os seus lindos vestidos compridos e os seus chapéus muito vistosos.
Delicio-me a ouvir os jograis a tocar e a cantar poemas escritos por trovadores, como o rei D. Dinis.
Agora deixo-vos, para poder aproveitar este sarau.
                                                             Renata Remelgado, 5.º A

                                                                                       
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 Publicado em 27/5/2020

O texto que se segue é mais uma resposta a um desafio do #EstudoEmCasa, na disciplina de Português, que propunha a escrita de uma breve mensagem ao planeta Terra, no âmbito da temática do ambiente.


Terra, a corajosa

            Não há palavras para descrever o quanto és corajosa, Terra! Se um dia perdesses a paciência, não teríamos onde habitar.
            Todos os dias em que acordas, tens que levar com o lixo que os humanos te atiram e mesmo assim continuas a fornecer-nos diariamente o que precisamos para viver. És mesmo corajosa!
            Em breve vais conseguir estar sempre limpa e em harmonia. Não te entristeças, pois as pessoas não o merecem. Um dia vais ver que te irão respeitar como devias ser sempre.
            Vou começar por fazer a minha parte e não deitar lixo para o chão. Desculpa todas as vezes em que o fiz.
            Nunca te esqueças que és incrível e muito corajosa!

                                                                                        Catarina Maravilhas, n.º 3, 9.ºA

                                                                                       
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Publicado em 11/05/2020

Desafios de escrita


Os dois textos que se seguem resultam do desafio lançado na primeira aula de Estudo em Casa de Português para o 7.º e o 8.º ano. Mediante esse desafio, os alunos teriam de escrever um conto no qual se destacasse especialmente uma personagem cujas qualidades e atitudes fizessem dela um herói.
Duas alunas do 8.ºA, de imediato, orientadas pela professora Elisa Ascensão, resolveram aceitar esse desafio  e escreveram estes belos contos que aqui publicamos.




Uma história de coragem

                Era uma vez uma rapariga, chamada Edrev, que tinha longos cabelos verdes claros e olhos também dessa cor. No entanto, também tinha a pele revestida por escamas, tipo um peixe. Tudo isso devido a uma estranha genética que atingia alguns membros da sua família.
Ela estava nos seus quinze anos e vivia na terra de Alcaçuz, no concelho de Green. Ela e a sua família eram vistas como autênticas monstruosidades, por isso, escondiam-se debaixo de grandes disfarces, para ninguém conseguir ver como eram realmente.
Edrev estava farta disso e, por isso, decidiu que estava na hora de o mundo saber quem ela era e como ela era.
Edrev deu uma ideia aos pais, que desaprovaram completamente. No entanto, ela não quis saber da opinião dos pais e saiu de casa. Mal chegou à praça principal, encontrou Homenzinho, que era uma espécie de funcionário camarário a quem estava entregue o cuidado dessa praça e de todas as da região. Edrev aproximou-se dele e pediu:
-  Ajude-me, por favor!
-  O que foi, minha querida jovem?                   
-  Eu tenho um segredo muito importante que preciso que toda a gente saiba!
-  Calma, minha jovem! – sossegou-a o Homenzinho. - Como eu a entendo… Desde o meu nascimento que eu e a minha família escondemos também um grande segredo.
- Posso saber qual? – questionou Edrev intrigada.
- A minha aparência... Já não lhe digo mais! Nem devia ter continuado esta conversa! – disse envergonhado.
 - Esse também é o meu problema! – respondeu-lhe amavelmente.
  - Então… não estou sozinho? – perguntou hesitante.  
  - Não, não está!
 Homenzinho deixou Edrev subir ao sítio mais alto que ele encontrou na praça. Ela ergueu-se lá no cimo e falou de forma a que toda a gente a ouvisse:
    - Meus queridos habitantes de Green, esta não é a minha verdadeira aparência. Obrigaram-me a escondê-la de todos por ser considerada uma monstruosidade, por ser diferente. Mas, olhem, que eu cá não penso isso! Não interessa como tu és ou deixas de ser. Todos nós somos perfeitos tal e qual como somos. Por isso, se és diferente, não tenhas medo de te mostrar!
Edrev tira o grande disfarce que trazia. Por uns segundos, a multidão que a ouvia ficou em silêncio, perplexa, mas logo a seguir começaram a dizer: “Tens razão, tens toda a razão!”.
 Lentamente, algo inesperado aconteceu. Os habitantes de Green concluíram que, afinal, tinham estado todo este tempo a usar um disfarce. O medo de serem julgados obrigou-os a isso, mas a partir desse momento resolveram assumir as suas diferenças.
Agora, em toda a terra de Green, Edrev é e sempre será a heroína de todos aqueles que se sentiam inseguros consigo mesmos, simplesmente, porque se achavam diferentes!

Ana Catarina, n.º2, 8.º A


Ana – A heroína sem medos

            Era uma vez uma menina chamada Ana. Ana era de estatura baixa, tinha cabelo castanho como chocolate e os seus olhos brilhavam como diamantes. Ela era conhecida por ser a pessoa mais bondosa e carinhosa no reino de Terio. Este reino não era o melhor lugar onde se podia viver, uma vez que havia muitos ladrões e raptores.
            Um dia a nossa amiga estava a passear pelas pobres e desertas ruas de Terio, quando encontrou a sua amiga que já não via há quase três anos. Realmente foi uma surpresa inesperada, que alegrou tanto a nossa futura heroína, Ana, como a sua amiga, Joana. Joana era uma jovem de estatura média, tinha cabelo e olhos castanhos e consigo levava sempre uma cestinha com maçãs.
            Enquanto conversavam, Joana pergunta a Ana:
            - Já ouviste falar do raptor Ewrist? Ele é muito perigoso. Toma cuidado! Não quero que nada de mal te aconteça nem a ti nem à tua família.
            - Sim, já ouvi falar dele. Realmente é muito perigoso, também tens que ter…
            Quando... o pior acontece. Um homem vestido de negro, com um capuz da mesma cor, levou Joana, e Ana não conseguiu fazer nada para a ajudar. Que desolador! Acabou de encontrar a sua amiga após três anos e, nesse momento, alguém a rapta! Isto não podia ficar assim!
            Ana monta o seu cavalo e tenta encontrar a sua amiga… Mas o raptor tinha sido mais esperto, e não deixou rasto possível para que Ana o encontrasse. (Provavelmente deves estar a pensar: “Por que razão a Ana não chama a polícia?”, mas, naquele tempo, quando alguém era raptado, era uma questão de vida ou morte, só se conseguia salvar quem realmente tivesse sorte.)
            Após andar horas e horas a cavalo, Ana sentia-se exausta. Afinal, andar a cavalo tantas horas não era lá muito agradável. A jovem desmonta então do seu cavalo, e senta- se num banco de pedra, pensando em como poderia salvar a sua amiga.
Ana, por uns breves momentos, fica a pensar numa solução, quando, de repente, olha para o seu lado esquerdo, e vê uma maçã. “Uma maçã? A Joana andava sempre com uma cesta com maçãs”- pensa a jovem.
Joana tinha sido inteligente e, à medida que ia sendo levada numa carroça conduzida pelo Ewrist, ia deixando um rasto de maçãs pelo caminho, pois talvez, por pura sorte, a sua amiga a encontrasse. E foi o que aconteceu. Ana monta de novo o seu cavalo e segue o rasto de maçãs.
Finalmente encontra Joana.
            - Estás bem? Ele não te fez mal, pois não?- pergunta Ana, preocupada.
            - Não. Chegaste a tempo. Nem sei como te agradecer. Realmente, preocupaste-te comigo e vieste para me salvar. Obrigada, Ana! Nem sei como te agradecer.
            - Não precisas de agradecer, afinal as amigas servem para se ajudar, não é?
            - Sim, tens razão. Foste uma heroína! Puseste a tua vida em risco para me salvar.  Toma esta maçã que guardei comigo, caso tivesse fome. Podes ficar com ela.
            E foi assim. Ana demonstrou ser uma heroína tanto pelo facto de se preocupar e ir em busca da sua amiga, tanto por colocar a sua vida em risco, pois se Ewrist soubesse  que alguém iria estragar os seus planos, mandaria os seus capangas executarem-na. Mas, no final, tudo correu bem, e Ewrist acabou por ser traído pelos seus capangas e foi executado.


Catarina Maravilhas, n.º 3, 8.º A
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                  Publicado em 7/5/2020                                              

PRIMAVERA DOS POETAS



Os alunos das turmas A e B do 7.º Ano, orientados pela professora Salete, em aulas de Português, escreveram um poema sobre a Primavera.
A única condição era incluir as palavras Primavera, sorriso, alegria, canto e flor. O resto era só imaginar e criar.
O resultado está à vista, com estes excelentes poemas.


Poema da Primavera

Vem primavera com a tua felicidade
E traz a tua bondade.
Traz o teu canto
E faz a flores terem seu alevanto
E o teu sorriso é tão bonito como é preciso.
Dá o teu amor para reviver uma flor.
Pois a tua alegria tem sabedoria.
Dá carinho aos teus passarinhos.
Dá-lhes sorte e também suporte.
Faz os céus com cores para serem teus amores.
Faz as árvores terem teu calor e dá-lhes o teu valor.

                                                                       Diogo Magalhães, 7.ºA


O charme da primavera

A Primavera chega está tudo cheio de animação.
Ouve-se o canto dos passarinhos.
Nas ruas estão todos cheios de alegria.
Está muito agradável aqui fora.
Crianças com um sorriso lindo a saltarem de lá para cá.
Pela minha janela vejo borboletas e flores com um cheiro incrível.
Que bom estes dias em que está sol e tudo animado.
                                                                  Jorge Gabriel Nascimento, 7.ºA


A Primavera

A primavera com as suas cores,
pincela as árvores de flores.
As borboletas voam de flor em flor
com duas asas e muito amor.
O canto dos passarinhos anuncia um lindo dia
chegou a primavera que traz à alma alegria.
Nesta época com um sorriso vamos todos dançar,
passarinhos, borboletas de mãos dadas a festejar.

                                                                           Mariana Neto, 7.ºA

A Primavera
Primavera, traz-me as tuas belas flores
O seu canto maravilhoso
que me deixa com um sorriso na cara
Que me enche de alegria.
Vem rápido, Primavera!
Ficaremos todos à tua espera.
                                      Mariana Oliveira, 7.ºA



Folha de um Verde Apagado

Passa-me um leve sorriso pela minha face
Sinto a brisa da primavera na cara,
A alegria das minhas amigas ecoa pelo ar
Um canto sobre uma flor cor-de-rosa.

A relva dança sobre o ar,
O sol brilha intensamente sobre as nossas peles
Sinto a sua pureza a rebater em mim,
E deixo-me levar por ela.
                                                 Ana Francisca Santos, 7.ºB


A grande Primavera

    Na cara um grande sorriso
    Pois chegou Cinderela
    Foi se embora o granizo
    E chegou a primavera.
   
    Uma linda flor delicada
    Cheirosa como a lavanda
    Toda a gente em alegria
    Cada um com a sua sabedoria.

    Toda a gente tinha um contacto
     E a todos enviavam um canto
     Eu viajei na minha esperança 
     Pois tinha muita confiança.

                              Andreia Caldas, 7.ºB


O que eu penso de ti 

Sinto que és tu… 
Quem me dá a alegria
Quem me dá amor 
E quem me dá energia. 

És a minha amarílis, 
A minha flor preferida, 
Mas o teu sorriso… 
É que me deixa derretida! 

Tu é que és a verdadeira primavera
A tua voz é como o canto de pássaros, 
Deixas-me cada dia mais apaixonada. 

                                       Carolina Ignácio, 7.º B





Descobrir a Primavera

Chegou a primavera!
Nada é mais o que era.
Todos com um sorriso na cara
Pois a primavera chegara.

Para algumas pessoas a primavera
É uma época de alegria
Para outros é de alergia.

O canto das aves é bonito!
Ouço-o no meu quartito.
O tempo passa e não para
Nasce a flor e a seara.


                                          João Ribeiro, 7ºB

A primavera                                                                                                    
A primavera é como um sorriso
vai e volta.                                                                                                  
E quando volta traz alegria,                                                                        
o som do canto dos pássaros,                                                                          
as ondas do mar.                                                                                       
Na primavera a flor mais bonita                                                                            
é o amor-perfeito
pelas suas cores fascinantes.


                                Miriam Soares, 7.ºB






                                                                                                       



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Como estamos no mês do "coração", os alunos do 3.º ciclo não quiseram deixar passar a data sem a ilustrar com corações vermelhos, rosas e amarelos e curtas frases poéticas cheias de sentimento, algumas das quais ficam aqui registadas:
   
Quando te vejo, o meu coração dispara de tal modo que me sinto desmaiar.
Ivo, 8ºA



No final da tarde, o teu poema vou ler. Exprime tanto amor que jamais vou esquecer.
Wesley, 8ºA



Tu és o calor que me aquece nos dias mais frios de inverno.
Leonor Nunes, 9ºB



A medida do amor é amar sem medida.
Luana Moutinho, 9ºC



Mesmo que tu não gostes de mim, eu fico feliz, se tu fores feliz.
A tua felicidade é o suficiente para eu ser feliz.
Ana Luísa, 8ºA




És o meu primeiro pensamento do dia e o último.
Ana Sofia, 9ºC



Teus olhos verdes, cor de tentação,
Sempre que estou contigo, palpita meu coração.
Inês, 9ºC





Eu por você,
Você por mim,
Deus por nós.
Eduarda Lataliza, 9ºC





Quantos vivem toda a vida sem descobrir o que sabem e amam?
-Tantos.
Não ser um desses é a tua missão.
Leandro Oliveira, 9ºC




Ser ou não ser…, não é questão de ser tua amiga até ao fim desta confusão.
Núria Lopes, 8ºA




O verdadeiro amor nasce em tempos difíceis.
Tiago, 9ºB
MÃE
És a ponte da minha vida e, quando te vejo, o sol brilha mais forte, e cada dia que passe, vais preenchendo a minha vida.
Hugo, 8ºA




Todos os dias maus não significam nada para mim quando estou contigo.
Marta Carvalho, 9ºB




Se ser tua amiga é um compromisso, então estarei comprometida a vida toda.
Júlia Simões, 8ºA



Borboletas na barriga sinto quando te olho. E sinto o meu coração a palpitar quando estou à tua beira.
Mariana Grosso, 8ºA




Tu dás-me o melhor de mim,
E eu dou-te o melhor de ti.
Mariana Dinis, 9ºB




Tu és o sol que preciso na minha vida, para fazer florir o que há de mais bonito em mim.
Lara Costa, 9ºB

  



Mãe
És a cascata que vai enchendo a minha vida. Sou a flor que está na tua mão e que cuidas com todo o teu amor.
Nídia, 8ºA




Um coração partido é uma rosa murcha sem vida à espera do verdadeiro amor.
João, 8ºAÉs o meu dicionário, encontro o significado da minha vida em ti.
Catarina Maravilhas, 8ºA



O carinho que sinto por ti traz-me felicidade. Ao teu lado fico em liberdade.
Joana, 9ºA



O meu amor por ti não tem fim, pois o que eu sinto é eterno.
Inês, 8ºA



A paixão é aquilo que eu sinto no meu coração. Olho para ti e sinto emoção.
Francisco, 9ºA




“Amo-te”
Uma palavra simples de dizer que nos pode fazer sofrer.
“Amor”
Não há palavras para o descrever, apenas é sentido e não controlado. É inesperado!
Kira, 9ºA



O amor é felicidade, é ciúme, é a alegria de viver e que nos faz enlouquecer!
Um sentimento tão delicado que por todos é adorado.
Ricky, 9ºA




Sinto alegria quando te vejo. Tens ternura e paixão. Quando estamos juntos, em nós, só a amizade é maior que o amor e temos respeito um pelo outro.
Maria, 9ºA





Não há definição para amor. Muitos dizem que é carinho, outros dizem que é paixão. Mas amor é o que cada um sente e ninguém o sente da mesma forma.
Susana, 9ºA




O sorriso é meu, mas o motivo és TU!
Ana Francisca, 9ºB




Não penses em nada, não digas nada, nem mesmo uma palavra. Dá-me apenas um sorriso.
Carolina Figueiredo, 9ºB



Apareceste do nada e tornaste-te tudo.
Solange Sousa, 9ºB



És a coisa mais importante na minha vida e, olha, que tenho muitas coisas.
Ana C. Silva, 8ºA



Você é a razão da minha felicidade.
Mariana, 9ºB



Amor verdadeiro é aquele que o vento nunca leva e a distância nunca separa.
Raquel, 9ºB



Tu és um bom amigo com quem posso sempre contar.
Dário, 8ºA



O teu sorriso é lindo como o pôr do sol que ilumina o meu coração.
O tempo é muito lento para os que esperam, muito rápido para os que têm medo, muito longo para os que lamentam, muito curto para os que festejam. Mas para os que amam, o tempo é eterno.
Diogo Santos, 9ºC



Não dá para negar, és tu, tens sido tu e vais continuar a ser tu… A minha escolha, a minha certeza, o meu amor!
Melissa Rendeiro, 9ºB



Sentimentos que eu deveria ter cortado, mas deixei crescer como uma rosa a desabrochar em espinhos.
Beatriz, 9ºB



Quando tu apareces iluminas o meu dia!
Pedro, 8ºA



A paixão está cheia de emoção e há ternura no nosso coração. Olho para ti e vejo alegria e sinto borboletas a voar. Até parece magia!
Jéssica, 9ºA


Tu és como o sol! Quando estou perto de ti, sinto um calor em mim, carinho e ternura. É o que sinto por ti, porque tu és a causa da minha euforia.
Alex, 9ºA



Meu ponto fraco tem nome, endereço e um sorriso lindo – TU.
Ana Luísa, 8ºA




Quando surge a palavra amor, penso em cumplicidade, felicidade e amizade entre outros. Nem todos têm os mesmos pensamentos, mas todos têm grandes momentos vividos com amor!
Tânia, 9ºA



O meu amor por ti é do tamanho do mundo. És a pessoa mais importante p´ra mim! Sinto-me feliz ao teu lado.
Diana, 9ºA






Acordo a pensar como te hei de contar… Mesmo sendo simplificado, o amor é complicado.
Eu ouço quando sou chamado, quando sou chamado por ti. Sinto-me desesperado, despedaçado sem ti!
Rafa, 9ºA





O amor é felicidade, é ciúme, é lealdade, é alegria de viver e que nos faz enlouquecer!
Um sentimento tão delicado que por todos é adorado.
Ivo, 8ºA


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No sentido de incentivar os alunos a escrever e fomentar o gosto pela escrita, a atividade do "Texto do Mês" pretende ser, assim, um estímulo à participação ativa de todos os alunos e promover o desenvolvimento de competências de escrita, formando, quem sabe, possíveis futuros escritores.
Ao longo do primeiro período, foram criados pelos alunos vários textos que merecem ter aqui um lugar de destaque.
É o caso do texto da aluna Beatriz Remelgado do 9.º ano que se publica de seguida.


Os quatro reinos
Há muito tempo atrás, numa floresta imensa, nasceram quatro seres que, logo a seguir ao seu nascimento, já eram notáveis e grandiosos. Cada um, filho dos seus reinos.
         A floresta estava dividida em quatro reinos: o reino da Água, do Ar, da Terra e do Fogo.  Era um local pacífico, até o seu novo herdeiro nascer.
          Ignis, filho do reino do Fogo, desairoso, perdia muitas vezes o controlo e ateava acidentalmente fogo às coisas. Os seus pais tentaram ensiná-lo a controlar-se, mas de nada serviu. Ele não tinha controlo nos seus grandes e fortes poderes.
              Depois de muito pensar, os seus pais chegaram à conclusão que teriam de tomar uma decisão drástica, rapidamente. Essa decisão foi que, para o bem e segurança de todos, o teriam de congelar até um dia, quando já tivesse mais responsabilidade e  percebesse que os seus atos tinham consequências. Só nessa altura, o poderiam descongelar para, assim, poder governar o seu reino.
            Pediram a Aqua, filha do reino da Água, e a Caeli, filho do reino do Vento, para o fazer e prender Ignis nos calabouços do castelo das Trevas. Estes assim o fizeram.
   Passaram-se anos e anos, e Ignis caiu no esquecimento do povo. Entretanto, os seus pais deram à luz outro filho a quem chamaram de Herdis. No entanto, algum tempo após o nascimento do novo príncipe, sua mãe ficou muito doente e acabou por morrer. Pouco depois, o seu pai também partiu, mas nos seus últimos minutos de vida fez um pedido a Herdis:
     - Meu filho, antes de morrer, quero revelar-te que tens um irmão mais velho! Ele encontra-se congelado e preso nos calabouços do castelo das Trevas e, agora, é tempo de o libertares para ocupar o meu lugar. Herdis acompanhou o seu pai até ao seu último suspiro.
         O tempo foi passando e o mesmo vivia agora como um verdadeiro rei, sem muitas preocupações, já que no seu reino reinava a paz.
               Porém, um dos servos fiéis, que sempre acompanhara o velho rei e que estava presente no momento da sua morte, nunca se esqueceu do pedido do seu falecido amo.
             Assim, numa noite, quando todos já dormiam, o servo dirigiu-se ao castelo das Trevas, desceu ao calabouço e, ao encontrar Ignis, usou todas as suas forças para o descongelar.
               Ignis, lentamente, despertou do seu sono profundo e, quando ouviu o que o servo lhe contou sobre o que aconteceu em todos estes anos, a ira tomou conta do seu coração fogoso e jurou vingança.
            Ele contou ao servo o que planeava fazer com todos que o tinham mantido prisioneiro. Ele queria sangue. Porém o leal servo não concordou em ajudá-lo, até porque estava fraco demais. Então, Ignis resolveu dar-lhe algum do seu poder que, durante aqueles anos todos em que estivera congelado, tinha crescido consigo.
            O servo sentiu-se grato, mas mesmo assim disse-lhe que apenas o poderia ajudar a sair do reino, pois ele conhecia como ninguém os túneis subterrâneos que iam dar ao meio da floresta. E, assim, foi.
Ignis, por todos os lugares que passava e coisas em que tocava, deixava um rasto de caos e destruição.
O reino mais próximo era o reino do Ar e foi por aí que ele começou a sua saga. Foi fazendo bolas de fogo de diferentes formas e tamanhos, subiu nelas, pé ante pé, chegando assim ao reino do Ar.
O novo rei, Caeli, foi imediatamente alertado da chegada de Ignis ao seu reino e que este espalhava o terror pelas aldeias por onde passava. Caeli logo desceu do seu castelo e soube que teria de fazer algo, senão, em breve, todo o seu reino se transformaria em meras cinzas.  Caeli reuniu o máximo de aldeões que conseguiu até ao portão do seu castelo, abriu um alçapão escondido que conduzia a umas escadas estreitas, escuras, em caracol, que desciam num precipício assustador. Aí se encontravam os caminhos para os diferentes reinos.
A guerra começara.  
Caeli tentou empatar Ignis, lançando-lhe uma enorme rajada de vento o que o deixou ainda mais forte e fez com que o fogo que já havia posto se espalhasse em redor.
Em breve, o reino do Ar era consumido pelas chamas.
Caeli e o que restou do seu povo foram procurar abrigo ao reino da Terra. Quando lá chegou, Caeli teve a devastadora notícia que Tera, filha do reino da Terra, estava muito fraca e que piorava a cada minuto que passava. Caeli percebeu que o estado lastimável de Tera era devido ao que Ignis estava a causar na floresta e que se continuasse ela acabaria por ceder e morreria.
Tera ao saber que Caeli se encontrava no seu castelo, mandou-o subir até aos seus aposentos. Ele subiu as imensas escadas feitas de raízes fortíssimas que tinham perfurado a terra e que pareciam ter vida, emergindo também pela terra fora.
Quando chegou ao quarto da mesma, Caeli viu Tera deitada na cama, a pele pálida e descarnada, e um olhar que clamava por ajuda. Caeli explicou-lhe tudo o que se estava a passar e Tera insistiu em acompanhá-lo, pois apenas ela sabia onde Aqua, filha do reino da Água, estava e onde o seu reino se localizava.
Só ela os poderia salvar.
Caeli não podia recusar tal coisa, mas antes de ir precisavam ambos de deixar os seus povos em segurança. Então, Caeli criou uma barreira invisível à volta do reino da Terra e, pouco depois, partiram com os seus vastos exércitos na gloriosa demanda. 
Caminharam durante meses a fio, suportando o estio infernal. Atravessaram rios, subiram  montanhas e infiltraram-se pelos túneis insondáveis do interior da floresta imensa até ao reino da Água. Andaram e andaram… até chegar a um portão, feito de água flutuante e raízes enlaçando a água.
Tera disse alguma frase na sua língua estranha, que se parecia com o latim, e nisto abria-se custosamente o enorme portão ao mesmo tempo a terra inteira estremecia.
Aqua sentiu a água agitada e dirigiu-se até ao portão. Encontrando-se a meio do caminho, viu os visitantes que chegavam, o semblante frágil de Tera e a expressão dura e fechada de Caeli.
Saudaram-se com cordialidade e alegria e, depois de se explicarem o motivo que os levara até ali e o que estava a acontecer nos seus reinos distantes, Aqua ficou pensativa por uns instantes. Naquele momento, ninguém sabia o que ela sentia, muito menos ninguém imaginava que, diante dos seus olhos, passavam imagens que só ela via. Essas imagens eram os momentos da sua vida que tinha passado com Ignis, quando crianças. Uma lágrima desceu dos seus olhos, beijando a maçã do seu rosto e desaparecendo ao longo do seu fino queixo.
Então, Aqua limpou as lágrimas e levantou-se sem dizer uma palavra. Depois de uns segundos, recompôs-se e ordenou a um guarda que ali passava, que fosse até ao reino do Fogo.
Ela, por seu turno, foi andando até chegar a uma sala com frascos e relíquias. Pegou numa pedra que parecia insignificante e colocou-a no bolso. De seguida, olhou para Caeli e Tera e disse:
-Vamos, rápido! Não queremos que ele ataque mais algum reino e arda com a floresta inteira!
Solenes, Tera e Caeli acenaram com a cabeça e saíram todos juntos do reino da Água. Subiram até à floresta e limitaram-se a seguir Aqua, já que ela parecia saber para onde ir.
Caminharam até chegar a uma rocha gigantesca e, aí, pararam.
De repente, um calor súbito invadiu o ar. Entre as árvores apareceu um vulto, que, quando se aproximou, deu para ver claramente quem era. Ali estava ele, Ignis, o causador de toda aquela desordem, de todo aquele caos.
            Assim que Ignis viu Aqua, a sua chama diminuiu e um brilho intenso apareceu no olhar de ambos, quase como se ambos se fossem desfazer em lágrimas.
Ignis foi-se aproximando muito vagarosamente, deixando apenas um rastilho de erva seca.
Quando Aqua e Ignis estavam a poucos centímetros um do outro, Aqua baixou-se e apanhou um ramo humedecendo-o por completo. Levantou-se devagar e estendeu o ramo para que ele o agarrasse na outra ponta. Ignis esticou a mão para pegar no ramo, mas, quando estava prestes a tocar-lhe, ouviu-se de repente um som metálico cada vez mais estridente. Subitamente, apareceu o exército do reino do Fogo, mandado por Hedris com ordens para matar, que lançou as correntes de aço nas pernas e braços de Ignis, prendendo-o. Ignis mandou uma pequena chama para perto de Aqua para fazer com que ela se afastasse, não queria que ela se magoasse.
            Quando Aqua olhou de volta, Ignis já estava deitado no chão a debater-se e a contorcer-se na tentativa de se soltar. Ela não aguentou ver o sofrimento pelo qual Ignis estava a passar e não poderia ficar ali, parada, sem ajudá-lo. Ela sabia que ele não era mau, conhecia-o como ninguém. Algo havia de ter acontecido.

            Há alguns anos atrás, quando Aqua foi obrigada a congelá-lo, ela ainda tentou várias vezes invadir os calabouços para poder, de alguma forma, libertá-lo dali. Foi por esse motivo que ela teve de mudar o seu reino de localização, para não ter mais acesso ao reino do Fogo.
Aqua correu até ele e, com raiva e tristeza, foi empurrando, juntamente com o seu exército, a parede de água para o mais longe possível. Colocou cuidadosamente a pedra que trazia no bolso junto ao seu peito e disse a seguinte frase: “omnem potentem lapidem sublatum sit redit placet”.
Repetiu a frase imensas vezes até que, de cabeça baixa, se levantou e afastou-se lentamente. Do nada, Aqua sentiu uma mão calorosa agarrando a sua perna. Quando olhou para baixo, viu o corpo de Ignis que parecia estar a tentar levantar-se.
            Caeli e Tera que assistiram a esta cena toda, perceberam que Ignis não era tão mau quanto parecia, que algo devia ter acontecido.
Caberia a eles ajudá-lo, mesmo com os ressentimentos que Caeli ainda pudesse guardar por Ignis devido à destruição do seu reino.
            Caeli fez uma nuvem e Tera embrulhou-a com raízes para que pudessem deitar Ignis nela. Levaram-no para o reino da Água. Aqua cuidou dele e Ignis explicou-lhe tudo o que tinha acontecido e disse-lhe:
            - Eu quero me desculpar, quero ajudar a construir tudo aquilo que destruí.
            Aqua com lágrimas nos olhos pediu desculpa pelo que fez. Disse-lhe que há uns anos fora obrigada a prendê-lo e que tinha tentado várias vezes libertá-lo. Entreolharam-se e passado alguns instantes beijaram-se. Apesar de ser um beijo doloroso, foi um beijo muito esperado e transbordava sentimentos.
            O tempo passou e Ignis melhorou, ajudou a reconstruir o reino da Terra e do Ar enquanto Tera fazia crescer uma parte da floresta que havia sido devastada pelo fogo. Estava quase tudo em ordem mas faltava fazer justiça no Reino do Fogo.
            Os quatro dirigiram-se até lá e falaram com todo o povo, explicando o que tinha acontecido. De seguida, foram até ao castelo e anunciaram que o verdadeiro herdeiro tinha voltado. 
Herdis ficou furioso e tentou entornar um balde de água em Ignis mas o servo que o ajudara a sair do reino, empurrou-o, deixando que a água lhe escorresse por todo o seu corpo.
Ao ver o sucedido Ignis segurou-o e ajoelhou-se. Então o servo disse-lhe já muito fraco:
            - Governe bem este reino como o seu pai o fez.
Depois, viu o fumo escapulir-se pelos lábios entreabertos, deixando o seu corpo, pouco a pouco, gelado. Os guardas levaram Herdis para os calabouços, e lá ficou, na solidão, a pagar pelos seus crimes.
            Agora tudo tinha voltado ao normal e a paz voltara a reinar, havia renascido.
            O novo casal “impossível” ficou conhecido por toda a floresta e por todos os reinos e nem todos eram a favor mas todos reconheciam o forte sentimento que ali se vivia.
Uns anos mais tarde, casaram-se e tiveram uma linda filha que tinha ambos dos dois poderes. E, quanto a Caeli e à Tera, viveram uma vida normal, ignorando o sentimento que preenchia os seus corações e que parecia rebentar os seus peitos sempre que se cruzavam.


Conto de
Beatriz Remelgado, 9.ºB

(Publicado em 16/1/2020)


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Na escola E. B. 2,3 do Viso, escreveram-se "Hay kus" na comemoração do Dia Nacional das Bibliotecas. 
Esta atividade teve como ponto de partida a Natureza em todo o seu esplendor. Assim, procurou-se apelar aos sentidos e aos distintos sentimentos despertados pelo sentir a Natureza de alunos, professores e assistentes operacionais que, à maneira dos escritores japoneses, registaram em poesia as suas emoções. 
Aqui, publicamos alguns dos mais belos exemplares.


Um vento frio e seco.
As árvores recheadas de neve
e os pássaros que esvoaçam no céu azul.
                                              Luana Simões, 6.º A


A chuva faz
com que a terra 
seja mais feliz.
                Gustavo, 7.º A



O sol está sozinho mas ainda brilha.
A lua está sempre aí p`ra nos lembrar
que tudo é uma fase.
                          Bruna Alexandra, 9.º A



Quando as raízes são profundas,
Não há razão para temer
o vento.
                         Luana, 9.º C



Natureza, o silêncio...
Sons que nos lavam a
alma!
                         Prof. Manuela Ferreira



Cores vibrantes de outono
o pulsar do tempo
a vida que se impõe.
                        Prof. Paula Gomes


É primavera sobre a montanha sem nome.
Névoa
da manhã.
                        Leandro, 9.º C



A chuva cai no chão
e toca
no meu coração.
                       Melissa, 9.º B


O silêncio das águas bate nas pedras dos riachos
Por entre caminhos secretos
Que atravessam a floresta.
                         Adriana, 6.º A


A Natureza
É a bela existência
De vida.
                       Francisco, 9.º A


A música do
                [vento
Faz estremecer
                [a Terra.
                               Prof. Ana Paula Alves


Nessas nuvens
Coloridas
O sol põe-se.
                Rita Moreira



Ouvir aquela chuva que cai
Sobre as casa, as janelas,
Só não cai no meu coração.
                               Joana, 5.º B



A cada folha que cai
A terra
Se alimenta.
                Ian, 7.º B



Os pássaros voam
E as árvores estão
Paradas como as palavras.
                               Pedro, 6.º B



Como é bela a natureza
Com as suas cores e sons.
Que nos levam a imaginar!
                               Estela Laxmidas



O sol está sozinho mas ainda brilha.
A lua está sempre aí
P´ra nos lembrar que tudo é uma fase.
                                               Bruna Alexandra, 9.ºA




É primavera
Sobre a montanha sem nome
Névoa da manhã.
                                               Leandro




Os pássaros conseguem voar
Eu não
Eu queria voar mas não consigo.
                                               Rúben, 6.ºB




O silêncio das águas bate nas pedras dos riachos
Por entre caminhos secretos
Que atravessam a floresta.
                                               Adriana, 6.º A




A Natureza parece filosofia
Porque mexe
Com a minha cabeça.
                                               Afonso, 7.º C




As flores são de todas as cores
As aves a voar e outras a cantar
E as árvores com o vento a dançar.
                                               Inês, 6.º B




A Natureza é como a música que rima sem parar
Com a cor a cantar
Fica tudo a brilhar.
                                               Ana Campos, 8.º B



Admiro as histórias
Que as árvores têm
para contar.
                               Marco Silva, 9.ºA



Eu gosto da água
Porque me faz sentir os sons
Com calma e sentido.
                               Matilde Negrães, 6.º B



A natureza é fantástica
Com tudo
Mas é mais linda com vida.
                               Diogo, 6.º C



Enquanto eu escrevo
A natureza
Cresce.
                               Mónica, 6.º B



É maravilhosa
A floresta
Que nos rodeia com som e luz.
                               Adairla, 7.º C




Pássaro que cantas
Que já cantaste, canta para mim.
Deve ser por isso que nunca ficarei triste.
                               Bianca, 6.º A



Lua cheia de algodão
Como uma flor
Que se coloca na mão.
                               Nídia Dias, 8.º A



Caminho pelos altos das marés
Como o meu olhar
Não se revira dos campos verdes e belos.
                                               Marisa, 6.º A



Chove lá fora
Chove dentro de mim
Alegria na natureza.
                               Prof. Brandão



Natureza,
Terra, casa, odores,
Mensagem, origem, vida!!!
                               Prof. Maria José Pinho



Oh vento que passas!
Traz contigo os sons, os odores
E as saudades do campo da minha infância.
                                               Prof. Artur



Nesta manhã de primavera
As flores nasceram azuis
Outras vermelhas, outras rosas e a neve acabou.
                                                               Tomás Lamas, 5.º B
                             


A lua cheia
Apanha a minha ideia do amor
Pela natureza.
                Manuel Garcia, 5.º B



A Natureza
É paciente
E inspiradora.
                Jéssica, 9.º A



Consigo ouvir a natureza
e as folhas a cair no chão
A alegria salta no meu coração.
                               Ana Carolina, 5.º B



A abelha saciada
Com a margarida
Voa com felicidade.
                               Solange, 9.º B



Meu amor é
De maré de
Lua cheia.
                Tati


As folhas caem na água
 Com um som
 Tão fresco.
                Rafael Cruz, 5.º A



Eu giro
Para onde
Gira o sol.
                Lara, 9.º A



Chega o outono
E as folhas castanhas
Descem lentamente sobre o vento.
                               Júlia, 8.º A



A chuva faz
com que a Terra
Seja mais feliz.
                Gustavo, 7.º A



A água que corre perante a minha mente
Voa, voa lentamente
Até ao pôr do sol.
                Joana, 6.º B



Um peixe salta
E ouve-se
O barulho da água.
                Samuel, 6.º A



É maravilhoso
o brilhar dos olhos
dos peixes e pássaros.
                               Nádia, 5.º A



Pássaro, passarinho
Como tu és belo
Tantas canções que eu te ouvi cantar.
                                               Miguel, 5.º A



Árvore fonte da vida
Fonte do amor
Fonte de sobrevivência para aqueles que têm consciência.
                                                                              Ana, 9.º C



Ah! Primavera!
Tantos pássaros a cantar
Minha mente nas nuvens, tudo posso viver.
                                                               Francisca, 5.º A


Na abordagem da Crónica nas aulas de Português do 9.º ano, sugeriu-se que os alunos construíssem as suas próprias crónicas a partir de uma determinada situação. Surgiram textos muito interessantes e irreverentes. 
Publicamos alguns, como exemplo.

A emergência de um sorriso

O dia está chuvoso.
Saio de casa, já um pouco apressada, para mais um dia de trabalho.
Desço o elevador e cruzo-me com os vizinhos que entram mudos e saem calados.
Dirijo-me ao meu carro, levando a minha filha pela mão para mais um dia de infantário.
No percurso, ligo o rádio e, inesperadamente, a voz do locutor dessa manhã cinzenta desperta o trânsito com uma proposta inusitada: " Sorria! Sorria para o condutor do veículo que se encontra ao lado do seu! Sorria para quem vai na rua, para quem está à janela... enfeite a sua manhã de sorrisos!" Confusa, olho timidamente para os condutores dos carros que me rodeiam. Hesito... Mas arrisco transformar a minha expressão mal-humorada num leve sorriso, primeiro, e, devagarinho, deixo abrir-se num grande sorriso de orelha a orelha. Para minha surpresa, o rosto do lado ilumina-se e devolve-me o sorriso e, a seguir, outros rostos tristonhos e aborrecidos retribuem sorrisos.
A avenida ficou submersa de sorrisos. 
Com este gesto se pode mudar uma manhã, um dia ou até uma vida. 

Leonor Nunes
Carolina Figueiredo
9.ºB
    Publicado em 10 de outubro de 2019


Primavera dos Poetas

 Ano letivo de 2018/2019


A partir da inspiração de poemas lidos e trabalhados em contexto de aula de Português e de atividades desenvolvidas na Biblioteca Escolar, os alunos escreveram o seu próprio poema e, ao longo do 3.º período, burilaram palavras, sílabas e versos, como verdadeiros poetas, fazendo da poesia  uma verdadeira festa.


A partir de O Limpa-palavras de Álvaro Magalhães


            Sou poeta à maneira de Álvaro Magalhães

                        A palavra rosa encanta como uma pétala.
                        A palavra sol espalha a luz na terra.
                        A palavra livro tem desenhos, letras, falas,
                        Podes ler e sonhar com ele.
                        A palavra vento sopra a imaginação.
                        A palavra mente abre as ideias para um conto.
                        A palavra solidão não se cansa de me fazer companhia.
                        Ouve-se a palavra amor.
                        A palavra companhia anima as pessoas
                        E é preciso perdoar o isolamento.

                                                                                                                  Mafalda Oliveira, 6.º A  
            
 A palavra

A palavra helicóptero voa como um pássaro.
A palavra bondade traz muitos amigos.
A palavra amor aquece o coração das pessoas.
Podes procurar o amor quando estás triste.
A palavra sol ilumina o nosso dia e o nosso coração.
A palavra amizade significa respeito.
A palavra ajuda pode salvar milhões de pessoas.
Partilha-se a palavra gratidão.
A palavra maldade não faz bem a ninguém e é preciso expulsá-la do nosso mundo.

                                                                       Matilde Lucas, 5.ºB


A  PALAVRA

A palavra mesa repousa as minhas coisas
A palavra flor cheira bem
Podes relaxar ao cheiro dela
A palavra cão arranha faz comichão
A palavra água refresca
A palavra coração guarda os meus sentimentos
Ouve-se o amor
A palavra canção alegra o meu dia mas às vezes é preciso fechá-la dentro do coração.
A palavra cor alegra mais a minha vida
A palavra almofada faz companhia aos lençóis.

                                                  Matilde Negrões, 5.º B .


A palavra nuvem é tão fofa como um algodão doce.
A palavra árvore solta as folhas no ar.
A palavra polvo tem tentáculos pegajosos.
Podes ficar preso nos seus tentáculos.
A palavra carro anda na estrada.
A palavra pessoa abre a boca para falar.
A palavra disco não se cansa de tocar.
Ouve-se a palavra olá.
A palavra fogueira aquece.
E é preciso deixá-la acesa.

                                                 João Paulo Ribeiro, 6.º A



 LIMPA-PALAVRAS

A palavra dor pesa como uma pedra.
A palavra lua brilha à noite no céu.
A palavra mar tem ondas, água transparente.
Podes nadar com elas.
A palavra amizade ajuda-me a ser feliz.
A palavra chave abre as portas para a vida.
A palavra pássaro não se cansa de cantar.
Ouve-se a palavra coração.
A palavra Coração bate forte.
E é preciso amar as palavras.
                                                                
                                          Miriam Silva 6.º A


A palavra

A palavra mar tem correntes
A palavra água refresca
A palavra gelado sabe bem
A palavra coração tem amor
A palavra relógio está sempre a contar

                                           Diogo Santos, 6.º C




A palavra

A palavra amor leva-me à Lua
A  palavra férias traz-me alegria
A palavra novo desperta-me curiosidade
A palavra vento traz-me  lembranças no ar
A palavra pássaro traz-me vontade de voar
A palavra água faz-me sentir fresca
A palavra bebé faz-me querer ir para a barriga da mãe

                                                                       Nádia Guimarães, 6.º C


Se eu tivesse uma caneta de tinta indelével
escreveria para sempre as palavras:
Amor, paz, alegria, sonho e fantasia.

Com o amor amaria
Sem parar.

Com a paz no mundo não
Haveria guerras nem
Confusões.

Com a palavra alegria ninguém
Era posto de parte e o
Mundo inteiro tinha um lar.

Com o sonho e a fantasia
Imaginaria o mundo perfeito.

E com estas palavras toda a gente
Amaria viver.

                Viviana Spranger, 6.º A


                       Se eu tivesse uma borracha mágica

                        Se eu tivesse uma borracha mágica apagaria as palavras
                        Campo de concentração
                        Guerra
                        Fome
                        Violência
                        Dor
                        Morte
                        Sofrimento.

                                                                                                           Mafalda Oliveira, 6.º A


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A partir de A cabeça no ar de Manuel António Pina



As coisas melhores são descansar e brincar,
no fim da escola só a descansar e jogar,
brincar com o irmão,
dormir
e sonhar,
pintar e desenhar
sem pensar,
ouvir música calma
a dançar
(sem coreografia),
e ficar quieto
e ver as coisas a acontecer
sem fazer um gesto
só ver,
e depois fechar os olhos e descansar.
                  
                       Pedro Dantas Pinto, 5.º B



As coisas melhores são feitas no mar
nadar, saltar
ver , brincar , falar na água
fazer uma brincadeira na água
ir para lá flutuar
ou então estar só lá a estar
a brincadeira a brincar
a respiração a respirar
o salto a saltar
as pestanas a pestanejar
As coisas melhores são no mar
Só é preciso saltar
Basta nadar

                      Rúben Rodrigues, 5.º B




As coisas melhores são feitas na imaginação,
no coração, nos sentimentos, nos pensamentos.
Falar com a imaginação
Brincar com o coração
Voar com a alegria
Dançar com os pensamentos
E fazer amizade com os sonhos.

                            Matilde Queiroz, 5.º B



Os melhores acontecimentos são sonhar,
nadar, brincar, maginar.
Ver o Sol atrás do mar, escondidinho,
Para ninguém o apanhar,
Enquanto estiver a jogar.
Fazer castelos de pedra no meio do mar .
e ir para lá brincar.
E eu não quero acordar
para não perder tudo o que estava a sonhar.

                            Inês Santos, 5.º B



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A partir de Basta imaginar de Manuel António Pina



Basta criar

Basta criar
Um mundo melhor
e depois imaginar o homem
que fez a diferença
e imaginar a alegria das pessoas.

                      Maria Francisca Santos, 5.º B


Basta sonhar

Basta sonhar
um texto para o ler
e depois imaginar o céu para voar
e transformá-lo num livro para o publicar
e sonhar uma rosa para o perfumar.

                                   Nuno Neves, 5.º B


Basta imaginar 

Basta imaginar 
O sol a brilhar
Para a chuva poder acabar
E imaginar o mar
Para poder ir nadar.

                     Joana Moniz, 5.º B


Basta imaginar

Basta imaginar
Uma flor para a plantar
E depois sonhar  o mar para a largar
E sonhar uma nuvem para ela voar
E sonhar um jardim para a sua beleza mostrar


                                       Luna Santos 5.º B




Basta inventar

Um desenho para o oferecermos
E depois inventar um amigo para o receber
E inventar uma perna ele andar
E inventar um coração para ele sentir

                                            Benedita Rocha, 5.º B   
                                           


Basta pensar

Basta pensar
Uma coisa para a fazer
E depois fazê-la para acabarmos
E fazemos isso para acabar
E temos mais uma para acabar
Basta sonhar
Uma maravilha para ficarmos felizes
E depois vivermos o sonho.

                         Diogo Rebelo, 5 ºB



Basta ver

Basta ver
uma pessoa para olhar
e depois ver a boca para falar
e ver ouvidos para ela ouvir
e ver ouvidos para ela ouvir
e ver um nariz para ela cheirar.

            Gabriel Ferreira, 5.º B



Basta sonhar

Basta sonhar
Um dragão para montar
e depois sonhar o céu para ele voar
e sonhar pernas para ele andar
e sonhar dentes para ele trincar.

                    Márcio Santos, 5.º B



Basta sonhar

Basta sonhar
um texto para o ler
e depois imaginar o céu para voar
e transformá-lo num livro para o publicar
e sonhar uma rosa para o perfumar.

                       Nuno Neves, 5.º B


Basta projetar

Basta projetar
Uma casa para nela viver
E depois projetar uma escola para as crianças aprenderem
E projetar um escritório para trabalhar
E projetar uma cidade para isto tudo existir.

                                                          Tomás Pinto, 5.º B



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 A partir de Coisas que não há que há de Manuel António Pina



A minha mãe é alguém
Que existe e existe para nos dar carinho
Há muita coisa
Que deixa o ar muito cheiroso
Que deixa o sítio maravilhoso
O gato é mimado e é guloso
Gosta muito de arranhar
De brincar com coisas pequenas
E de se aconchegar a nós.

                      João Magalhães, 5.º B


Uma coisa que me põe feliz

Uma coisa que me põe feliz é a escola
(porque gosto da professora de matemática)
Uma coisa que me põe feliz é o telemóvel para ouvir música e cantar
Uma coisa que me põe feliz é a minha Mãe e o meu Pai (que me fizeram nascer)
E o mais importante disto tudo são a minha Mãe e o meu Pai.

                                                                   Mónica, 5.º B




Uma coisa que me põe feliz

Uma coisa que me põe feliz
é que exista o que existe
(Se é que existe, e isto é que existe)
Amizade para encontrar um amigo
Amor para amar alguém
Felicidade para pôr alguém feliz
Imaginação para imaginar
Respiração para respirar
Flores a florescer
Um sonho a realizar-se
Um coração a sentir
Uma cabeça a pensar
Um livro a imaginar
Um amigo em quem confiar
        
                     Leonor Queiroz  5.º B



FELICIDADE

Uma coisa que me põe feliz

Há tantas coisas bonitas que não conhecemos
Coisas que nem sequer imaginamos

Animais por exemplo
Há tantos de que nunca ouvimos falar
Cidades lindas, mas desconhecidas
Vamos até ter saudades do que a gente não viveu!

                                                                  Wilson Galiano, 6.º B

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A partir de O aviador interior de Manuel António Pina



O aviador sem voar

O ar sente-se
Não se vê e ouve-se
Mas quanto mais sobe
Mais não sei o quê.            

E quando se sobe
Sai-se do chão?
Quando a cabeça não se move
E o resto do corpo sim?

A cabeça não sobe
Pelo lado de dentro
E o teu pensamento é
Tão triste e tão desanimado!

                        Andreia Oliveira, 6.º B


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    A partir de uma adivinha de António Mota, que começa com a onomatopeia do animal descrito 


Miau… miau… miau…
Mia
Caminha
Com as suas quatro patas
Com o seu pelo fofinho
Que estreia
Em cada primavera.
                 Ana Teixeira 6.º A




Rrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr

Silenciosa
Observa as presas
Escondida no mato
Tem feitio de traiçoeira
E de mentirosa

                               João Paulo 6.º A




MiaMiauMiauMiauMiauMiauMiau

Barulhento
Anda
Pelo chão
Com uma fatinho
Bem quentinho e
Fofinho cheio de pelinhos.

         Francisca Ferreira 6.ºA



Miau miau miau miau

Brinca com a lã
aranha os sofás
é preta
e adora brincar
com o dono.
Cuidado!
Podes não
a ver no escuro.

         Miriam Soares, 6.º A



Ahuuuuu

Uiva
Ao luar
Muitas vezes
Na Aldeia
Todos
O conhecem
Por viver
Em alcateia.

Sofia Azevedo, 6.º A



                       Auuuuuuuu

                        Feroz
                        Tem pelo
                        Anda na neve
                        Tem dentes afiados
                        Anda de quatro patas
                        Gosta de comer carne
                        Uiva na noite de lua cheia

                                              Mafalda Oliveira, 6.º A




Auuuuuuuuuuuuuuuuuuuu

Faz ele durante a noite
Com o seu lindo pelo
A caçar no seu habitat

Com a sua alcateia
Nunca fica sozinho
Está sempre bem acolhido
Ele é tão querido!

      Viviana Spranger 6. º A

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A partir de Cesário Verde




 As flores

As flores são muito belas
toda gente gosta de as admirar.
Ele olha para elas
e começa a corar.
Sente uma alegria enorme
e o seu coração começa a pular.
Ele quase que dorme
quando a vê germinar.

Afinal, a flor era uma menina
que ele gostava desde criança
Roubou até uma mina
para lhe poder dar uma aliança.
Já teve muitos desejos,
um deles era beijá-la
Queria um único beijo
para poder amá-la.

               Catarina Maravilhas, 7.º A



  

Naquela tarde

Naquele lanche de verão,
Estávamos em sintonia.
Nós, sentados no chão
Onde não faltava harmonia.

De repente, ouvimos um barulho.
Assustados fomos ver.
Depois daquele mergulho
Vimos algo acontecer

Surgiu uma imagem bela,
Naquele rio transparente,
Estava uma barca à vela
Mesmo ali á nossa frente.

Erguendo-se nas águas vacilantes
Como um grande símbolo de paz,
Senti algo que nunca senti antes:
Do que a natureza é capaz!

                           Diogo Santos, 8.º C




Pelo Recreio Da Escola

Pelo recreio da escola,
Vi uma rapariga passar,
Com os livros na sacola,
à minha frente a andar,
de calças de ganga,
e uma blusa amarela,           
mais bela que a Cinderela.
Uma andorinha rodava,
e brincava ao seu redor,
os seus amores cantava,
pelos ramos de arredor.
Ali fiquei muito quieto,
quis contar-lhe mas não ousei,
Como eu por ela me apaixonei.
  
                      Leandro Oliveira, 8.º B 


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A partir de As palavras de Eugénio de Andrade 



 As palavras

As palavras são bonitas,
quando são bem ditas.
Têm uma cor brilhante como o sol
e encantam como um girassol.
Mas quando mal ditas,
as pessoas ficam aflitas.
              
                          Beatriz Morais, 7.º C




As palavras

São como as flores,
as  palavras.
Algumas, são só pétalas,
Ou pólen.
Outras,
ramo apenas.

Felizes vêm, cheias de emoção.
indecisas e tristes.
rosas ou amarelas,
as relvas estremecem.

                                Iara Silva, 7.º C




As palavras

São como um coração
as palavras.
Algumas, uma podridão,
por isso existe o perdão.
Outras,
mais parecem uma agressão.

              Leandro Ferreira, 7.º C
  


As palavras

As palavras são belas,
difíceis e amarelas.
Algumas representam a paz.
Outras, o Satanás!

Outras ainda são brancas como a neve e o algodão.

                                                        Rafael Ferreira, 7 º. C





As palavras

São más,
como um violador,
mas são boas,
como uma flor.

Parecem suaves como um dodot
Dentro ou fora do seu pacote.

                                    Rui Morais, 7.º C




As palavras

As palavras doem
como um taco de basebol.

Partem corações
como quem parte um lápis.

Também há as leves como flores.

                                      Núrio Pereira, 7.º C




As palavras

São como o mar,
as palavras.
Algumas, um arbusto,
um cato.
Outras,
rochas apenas.

Filipa Oliveira, 7.º C


  
As palavras

São duras e pesadas como aço,
as palavras.
Algumas, laços de amizade.
Outras,
Laços de amor.

Fracassadas vêm, cheias de laços
e de embaraços.


                                  Lucas Santos, 7.º C


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A partir de Descalça vai para a fonte de Luís de Camões


Correndo vai para a festa

Correndo vai para a festa
encontrar-se com a Cinderela,
vai alegre e feliz.

Na cabeça um lenço
vermelho florescente,
um vestido cintado
reluzente e prateado.
Nos pés uns sapatos de cristal
cintilantes como diamantes.

De cabelo castanho,
longo e ondulado
vai correndo feliz
exuberante, graciosa,
Espantosa e formosa
desce a longa escadaria
Numa grande correria.

                         Nuno Vilela, 8.º A


De saltos vai para o baile

De saltos vai para o baile
para dançar durante tarde
com um vestido que arde

Dançando lentamente,
Cansa-se rapidamente
Encontra um rapaz contente
Que pensa que é gente

Com seus pés doridos
Vai embora de mãos a abanar
E o rapaz contente vai se sentar
Com seus pés a magoar.

                     Jéssica Arouca, 8.º A


De saltos vai para o baile

De saltos vai para o baile
Vai descendo lentamente
Parece uma serpente

E não está nada contente
Com esta gente
Pelos vistos ela era diferente

Levantou-se e começou a chorar
Até a música iniciar
Depois nada a conseguiu parar.

                                    Sara Mateus, 8.º A


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A partir de Porque de Sophia de Mello Breyner Andresen




Ignorância

Porque todos gostam de ir à praia mas tu não
Porque és tão teimoso e não dás o braço a torcer
E quando tens uma ideia na cabeça dizes que não.

Porque todos vão sair para a rua mas tu não
Porque tu ficas só em casa sem nada fazer
E fazes de tudo para que os outros sejam iguais a ti
Porque todos são normais mas tu não.

                                                              Eduardo Ferreira, 9.º A





Porque

Porque todas gostam de amar, mas tu não
Porque gostas mais de navegar na internet
Muito mais do que ouvir o teu coração
Porque todos gostam de andar ao luar, mas tu não
Porque preferes esconder-te na tua própria escuridão
E não tiras partido da verdadeira paixão
Porque todos te querem ter, mas tu não.

                                                  Lara Faria e Margarida Silva, 9.º B




Porque tu és fogo, mas fogo apaga-se com água
Porque eras o meu porto de abrigo e destruíste-o
Só quero que saibas que vais para sempre ser meu
Porque prometeste-me o mundo, mas levaste-o contigo

Porque nos teus braços eu me encontrava
E de repente me encontrei perdida
Porque o nosso amor era uma chama, mas essa chama apagou.


Porque eu te amo, mas amar-te não chega
Porque éramos um casal perfeito e ninguém o nega
Confiava em ti de olhos fechados
Porque és o meu vício, mas viciar-me em ti não foi um problema

Porque quando a química é boa
A física é de arrepiar
Porque eu continuo a amar-te, mas amar-te não chega…

                                                                                                          Inês Pereira 9.º A




Porque todos gostam de festas mas tu não
Porque és uma pessoa muito desanimada
E sempre que há diversão dizes que não

Porque todos gostam de comer mas tu não

Porque a maioria das pessoas são abertas, mas tu não
E estás sempre com a cara fechada
Porque os outros são felizes mas tu não

                                                              Márcia Silva, 9.º B




Porque tu vês o mundo belo mas eu não
Porque tu me dás tudo mas eu não consigo
Dar-te tudo o que tu me dás
Porque a dor não te atinge mas a mim sim 

Porque tentas mostrar um mundo seguro
E na realidade temos de o enfrentar 
Porque tu és assim mas os outros não?

                                                           Bianca Nunes, 9.º B


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Escrita criativa - À maneira de...


À maneira de Maria Alberta Menéres, inspirados pelo poema "A Dança do B", os alunos do 6.º A experimentaram escrever os seus próprios textos, escolhendo outra letra. Recorrendo à aliteração ou à assonância, e à enumeração, brincaram com as palavras, com o ritmo, com as sonoridades e com os sentidos.

Esta atividade foi desenvolvida no 1.º Período, no âmbito da comemoração do Dia Mundial do Animal.



A dança do A



Ontem, a águia, a aranha, a andorinha,

A arara, a abelha e o atum

Repararam que os seus nomes

Começavam todos por A.

Disseram ao mesmo tempo:

Que alegria!



A avestruz, a anaconda
E a amêijoa, lá no mar,
Repararam que os seus nomes
Também começavam por A.
Disseram todas assim
Que alegria!

Veio logo um alce de longe,
A gritar: Esperem,
Esperem aí por mim!
                        
                                                                   Ana RuteTeixeira



A dança do C

Um dia, o cavalo, o carneiro, a cabra,
O cabrito, a catatua e o coelho
Repararam que os seus nomes
Começavam todos por c.
Disseram ao mesmo tempo:
Que cacilda!

O caititu, o calau, o camarão
E o camaleão,
Repararam que os seus nomes
Também começavam por c.
Disseram todos assim:
Que cacilda!

Veio logo um camelo de longe,
A gritar. Esperem,
Esperem aí por mim!

                                                             Ana Francisca Santos




A dança do C

  Um dia o cão, o cavalo, a cobra,
  O caracol, o caranguejo e a cabra
  Repararam que os seus nomes
  Começaram todos por c.
  Disseram ao mesmo tempo
  Que colorido!!! 
 
   O carneiro, o coelho, a coruja
   E o camelo, lá no deserto,
   Reparam que os seus nomes
   Começavam todos por c.
   Disseram ao mesmo tempo
   Que colorido!!! 

   Veio logo um crocodilo de longe,
   A gritar: Esperem,
   Esperem aí por mim.

                                                                            Francisca Ferreira

A dança do C     

Um dia, o caracol caminhava
Com o seu amigo cão e a sua amiga cadela.
Foram até ao mar
E encontraram os seus amigos cavalo-marinho e carapau.
Entretanto, chegou o chapim.
Repararam então que os seus nomes
Começavam por c.
Exclamaram: Que curioso!

À tarde apareceram
O canário, a catatua, o cavalo e a chita
Que também repararam
Que os seus nomes começavam por c.
Exclamaram: Que curioso!

Viram ao longe um camelo
A gritar: Esperem,
Esperem aí por mim!

                                                                                           João Pedro Duarte e Diogo Brás


A dança do C

 Um belo dia, o cão, o camelo, o cavalo,
 O cabrito e o caracol
 Repararam que os seus nomes
 Começavam por c.
 Disseram ao mesmo tempo:
 Que catástrofe!

O camarão, a cavala
E a corvina, lá no mar,
Repararam que os seus nomes
Também começavam por c.
Disseram ao mesmo tempo:
Que catástrofe!

Veio logo uma chita de longe,
 A gritar: já vou passar à frente,
 Vou aí a correr!

                                                                        Mafalda Oliveira


 A dança do C

Uma vez, o canário, o camaleão, o cavalo
E o cão
Repararam que os seus nomes
Começavam todos por c.
Disseram ao mesmo tempo:
Que coincidência!

O cavalo-marinho, o coelho, o caracol
E o caranguejo
Repararam que os seus nomes
Também começavam por c.
Disseram todos assim:
Que coincidência!

Veio logo um canguru a pular
E a gritar: Esperem,
Esperem aí por mim!

                                                                         Sofia Azevedo 



A dança do C

Uma tarde, o cavalo, o cão, o colibri,
A cobra, a cabra e o caracol
Repararam que os seus nomes
Começavam todos por C.
Disseram ao mesmo tempo
Que castiço!

O cachalote, o crocodilo, o cágado
E o camarão, lá no mar, 
Repararam que os seus nomes
Também começavam por C.
Disseram todos assim:
Que castiço!

Veio logo uma caranguejeira de longe,
A gritar: Esperem,
Esperem aí por mim!

                                                                              Gustavo Pires



A dança do G

Um dia, o gafanhoto, o gato,
A gaivota e o ganso
 Repararam que os seus nomes
 Começavam por G.
Disseram ao mesmo tempo:
Que giro!

O gorila, a girafa
E o gamo, lá na selva,
Repararam que os seus nomes
Começavam por G.
Disseram ao mesmo tempo:
Que giro!

Veio logo um gaio de longe,
A gritar: Esperem,
Esperem aí por mim!

        Martim Magalhães 6.ºA


A dança do L

 Um dia, o lince, leopardo, o leão,
A lagarta, o lama e o ligre
Repararam que os seus nomes
Começavam com l.
Disseram ao mesmo tempo:
Que lindo!

A lula, a lampreia, a lapa
O lobo-do-mar, o lagostim
E a lontra, lá no lago,
Repararam que os seus nomes
Começavam todos com l.
Disseram todos assim:
Que lindo!

Veio o lambari de longe,
A gritar: Esperem,
Esperem aí por mim!

                                                           João Paulo Machado Ribeiro 


                                                                   A dança do L

Uma manhã, a leoa, a lontra, a lagosta,
O lagarto, a lula e a lebre
Repararam que os seus nomes
Começavam pela letra l.
Disseram ao mesmo tempo:
Que lindo!

O leão, o lemur, o lince
E o leopardo, lá na selva,
Repararam que os seus nomes
Também começavam pela letra l
E disseram todos assim:
Que lindo!

Veio logo a lagarta
A gritar: Esperem,
Esperem aí por mim.

                             Inês Maia, 6º A 



A dança do L
      
Uma manhã, o lobo, a leoa, a larva
A lontra, a lesma e o lagarto
Repararam que os seus nomes
Começavam todos por L.
Disseram ao mesmo tempo:
Que legal!

O leão-marinho, a lagosta, a lebre-do-mar
E o leitão, lá no mar,
Repararam que os seus nomes
Também começavam por L.
Disseram todos assim:
Que legal!

Veio logo uma lula rabugenta,
A gritar: Esperem,
Esperem aí por mim!  

                                                                        Ana Carolina




A dança do P

Uma madrugada, o papagaio, a pomba, o peru
O pintainho, a pulga e o piolho
Repararam que os seus nomes
Começavam todos por p.
Disseram ao mesmo tempo:
Que palhaçada!

O porco, o peixe-espada, o pato
E o pega-flor, lá à beira-mar,
Repararam que os seus nomes
Também começavam por p.
Disseram todos assim:
Que palhaçada!

Veio logo um pavão de longe,
A gritar. Esperem,
Esperem aí por mim!


                                                                          Fábio Nogueira