quarta-feira, 4 de maio de 2016

A nossa escola participou, com muito entusiasmo,
na fase distrital do
Concurso Nacional de Leitura



      No dia 19 de abril, na fase distrital do CNL, a nossa escola foi muito bem representada pelos três alunos que mais se destacaram na fase escola: o José Coutinho do 7ºB, o Miguel Silva e  a Mariana Teixeira do 9ºA. Os três prometem continuar a investir para conseguirem participar, de novo, na fase distrital!
     Com a professora Ana Paula, Coordenadora da BE, passaram um dia inesquecível na Biblioteca Almeida Garrett e, na hora do almoço, ainda  tiveram tempo para usufruir do jardim irresistível que a envolve. Partilhamos os bons momentos!







No auditório da Biblioteca Almeida Garrett, durante as entrevistas aos cinco alunos selecionados.



O José Coutinho, entre os 11 alunos do 3º Ciclo que participaram na oficina de escrita, dinamizada pela
escritora, Ana Saldanha! O José gostou muito desta  oportunidade e ainda "brilhou" a declamar "   Autopsicografia"  de Fernando Pessoa! 

No auditório, os aplausos foram sonantes!




 
















 Nos breves momentos de lazer, 
os  sorrisos e a paisagem dispensam comentários! 

            ------------------------------------------------------------------------------------------------------

Mensagens de Ana Pessoa e de Hélia Correia

As autoras das obras escolhidas não puderam estar presentes no decorrer do evento- fase distrital do CNL. Mas não se esqueceram de deixar mensagens muito especiais para os alunos que conseguiram chegar à fase distrital do CNL.  Divulgam-se para que os leitores deste blogue não percam a oportunidade de as ler! As mensagens convidam-nos, inevitavelmente, à leitura das obras, disponíveis na biblioteca da escola sede do agrupamento.

"Daqui Ana Pessoa, autora do SUPERGIGANTE.
Eu corro para vocês com estas palavras.
Corro para os leitores.
Para os alunos e professores. Para os bibliotecários.
Eu corro para todos os que tornaram possível esta festa do livro aqui, no Porto.
E não quero ser a última a chegar. Quero ser a primeira.
Obrigada por me terem incluído neste evento. É um prazer enorme. É uma honra supergigante. Para mim. E para o Edgar também.
O Edgar é uma personagem de ficção, mas também existe. Também tem vontade própria.
O Supergigante é o meu segundo livro. Enquanto o escrevia, não sabia se seria capaz de o escrever. Não sabia se alguém teria interesse em correr com este livro. Apesar das minhas angústias, nunca desisti do Edgar e o Edgar também nunca desistiu de mim. Eu e o Edgar corremos sempre em frente e nunca olhámos para trás.
Eu chegava a casa transpirada e ofegante. Sentava-me à secretária para tentar apanhar as palavras que fugiam de mim.
Um dia cheguei ao fim desta história, que foi o princípio de uma outra história. As histórias são sempre o fim e o princípio. Os livros são o fim e o princípio. Nós também somos o fim e o princípio das muitas histórias que trazemos dentro de nós.
Eu quis escrever sobre isto. Sobre as histórias. Sobre os contrastes. Sobre o princípio e o fim. Sobre a vida e a morte, sobre o medo e a coragem. Sobre o passado e o futuro, sobre a felicidade e a tristeza, sobre a amizade e a inimizade. Somos feitos de contrastes. Rimos e choramos. Somos pequenos e grandes. Somos o Bem e o Mal. Queremos ir em frente. E também queremos voltar para trás.
Todos vocês chegaram aqui. A este dia. A esta festa. Esta foi a vossa meta.
O Edgar corre sempre em frente. E vocês também correm sempre em frente.
Esta é a vossa corrida.
E a vossa corrida é a vossa história. A vossa história é a vossa vida.
Ler é uma corrida. Viver é uma corrida.
Vale a pena estarmos aqui.
Somos as várias histórias que aconteceram hoje no Concurso Nacional de Leitura e somos muitas outras histórias. As histórias que vivemos. As histórias que estão por viver. E também as histórias que lemos e que um dia vamos ler.
Os livros fazem parte da nossa corrida. Da nossa descoberta.
A todos vocês, boa corrida e boa sorte.
Não percam o fôlego!"




Mensagem da Hélia Correia sobre "MOPSOS e O Ouro de Delfos"

   "Há hoje extraordinárias criações mitológicas. Da Guerra das Estrelas a Harry Potter, elas compõem um universo imaginário inteligente, rico e exigente, quanto à capacidade do leitor ou do espectador, de ali entrar. Não há qualquer razão para não lermos e não admirarmos estas obras. São todas concebidas por um autor ou por uma equipa limitada. Por isso as obras têm um limite.
   Não era assim com os antigos Gregos. São aos milhares as suas histórias e heróis. Cruzam-se uns com os outros. Como se isso não fosse suficiente, ainda aparecem versões diversas sobre cada uma das aventuras e por vezes, também, múltiplos finais. Não faltam monstros e heróis e mágicos. As criaturas superiores, os deuses, são geralmente belos, semelhantes aos seres humanos, mas mais altos, mais fortes, luminosos. Têm bastante graça porque amuam, são ciumentos, invejosos, refilões, metem-se nos assuntos dos humanos.
   Mais curioso é o facto de não haver autor. Foi ao longo de séculos e ainda antes da escrita que um povo imaginou e guardou na memória este livro invisível, de um tamanho que hoje não caberia numa estante. Para quem escreve sobre os mitos gregos, o difícil não é inventar personagens, enredos, ambientes, porque inventar seria uma traição e aquele mundo tem de tudo em abundância. Difícil é, no meio desta floresta, encontrar um caminho onde não haja demasiados cruzamentos e desvios, um caminho que leve de um princípio a um fim.
   O meu propósito, com a série «Mopsos», não é trazer a Grécia Antiga para cá. É levar o leitor para lá comigo. E depois, se possível, deixá-lo a procurar mais emoções sozinho.
Um beijinho"