segunda-feira, 19 de abril de 2010

«O Meu Livro de Cabeceira»



Neste período, optei por visitar a nossa Biblioteca Escolar/ Centro de Recursos para escolher um livro. Decidi então ler o livro «Que Ano Aquele!» do escritor catalão Oriol Vergés.

Este escritor, conforme indicação no livro, “Nasceu em Barcelona, 1939, estudou Geografia e História e, há muitos anos que é professor num Instituto Superior em Barcelona. Escritor multifacetado, é conhecido tanto pelos seus livros de divulgação histórica e manuais escolares, como pela sua obra literária, constituída sobretudo, por novelas, mas também por contos. Publicou mais de sessenta títulos, entre os quais se destacam os que ironizam aspectos da sociedade de consumo, e os que pertencem ao chamado realismo crítico, onde se representa o jovem defrontando-se com as situações e os problemas do mundo dos adultos. Obteve vários prémios de literatura infantil e juvenil. A novela Que Ano Aquele! foi levada ao cinema e difundida pela televisão autonómica da Catalunha.

O livro tem cento e trinta e nove páginas, trata-se de uma novela (já referido em cima) e a sua primeira edição foi em 1986 (edição catalã). Foi traduzido para Castelhano e posteriormente para Português.

Quanto ao argumento, a história assemelha-se a um relato do que se passou no 3º ano de finalista da personagem principal, Pere Molins, um rapaz de 16 anos que viveu dificuldades na vida escolar e familiar.

Na vida escolar, aspecto de menos importância mas com influência na vida familiar, Pere vai superando os “obstáculos” e sofre um envolvimento com uma rapariga, Mónica, envolvimento esse não amoroso, embora Pere se sinta atraído por ela, mas sim um envolvimento que se torna numa amizade. Há também um professor de Línguas no Instituto, o Focas (o autor atribui alcunhas às personagens da vida escolar com excepção da Mónica, facto que demonstra a menor importância no que respeita à vida escolar), assim chamado devido ao enorme e grosso bigode, que o ajuda muito em relação aos seus problemas pessoais.

Já na vida familiar, Pere passa por grandes tormentas. No início, o clima familiar parece estar estável, mas com o decorrer da história desvanece essa tranquilidade, as relações familiares pioram e Pere apercebe-se que a sua família está cada vez mais a distanciar-se.

Nota que o seu pai trabalha demasiado, que anda muito cansado e que não se importa muito com a vida escolar do filho, pois apenas lhe diz e insiste que faça um curso superior.

A mãe, essa quase que não pára em casa, Pere não recebe carinho dela e nota que nunca almoçam e jantam em família. A irmã, mais velha, também não pára em casa e não se importa muito com o estado da família. A relação entre os seus pais vai de mal a pior e Pere descobre que a mãe tem um amante. Sabendo disto, e vendo que o seu pai se esforça demasiado para conseguir trazer dinheiro para casa, pagar as propinas da irmã e os seus estudos ou satisfazer os luxos da esposa, Pere fica assolado por um sentimento de melancolia. Os seus resultados no Instituto baixam e é nessa altura que o Focas intervém, ajudando-o a ultrapassar tal situação.
Já Pere estava a recuperar quando a polícia bate à porta de sua casa, informando-o que o pai tinha praticado um desvio de dinheiro na empresa de importação de automóveis onde trabalhava. O pai tinha viajado para a Suíça para fazer um negócio e passou-se algum tempo até que a família receba notícias.

A mãe, entretanto, conseguiu o divórcio por ausência do pai e foi viver com o amante enquanto a irmã deixou os estudos e seguiu uma vida independente. Pere foi para casa dos avós e ao fim de uns meses recebeu notícias do pai: este fora enganado pelos donos da empresa e não podia voltar a Espanha, senão seria detido. Os avós de Pere conseguem uma bolsa de estudos nos EUA: ele vai então estudar para lá e é recebido por uma família americana.

A história termina com o desmoronamento da família e com a concepção de Pere, mais crescido e compreensivo, quanto ao seu estado moral e sobre o que sucedeu naquele ano lectivo que afectou a sua vida.

Achei o livro interessantíssimo e com um tema muito actual. É sem dúvida uma boa escolha de leitura!

Pedro Oliveira (nº 14, 9º A)