quinta-feira, 2 de abril de 2009

Álvaro Magalhães visitou a nossa Escola


Fotos: Professora Elsa Campos

O escritor Álvaro Magalhães visitou a nossa escola, no passado dia 5 de Março, no âmbito da Semana da Leitura, cuja programação este ano lectivo lhe foi dedicada, conforme noticiámos anteriormente. Recebeu-o uma assistência ansiosa e interessada de alunos do 2º e 3º ciclos, com quem o autor de «O homem que não queria sonhar» conversou entusiasmadamente, esclarecendo as suas dúvidas e partilhando experiências e peripécias pessoais.

Depois de uma breve apresentação, a cargo da Professora Emília Pinho, Álvaro Magalhães confessou, para gáudio do auditório, a sua paixão pela cidade do Porto, onde nasceu, e pelo Futebol Clube do Porto, de que é adepto. Seguiu-se uma das frases fortes da tarde: “A minha mãe dizia que isso de ser escritor não era profissão. Mas eu hoje consigo provar-lhe que ela é que estava enganada, porque eu ganho a vida e salvo a vida como escritor”, acrescentando logo de seguida que ter-se tornado escritor “Não foi uma escolha. É uma condição.

Os jovens leitores, que ao longo dos últimos meses, em especial, acompanharam a sua bibliografia, quiseram saber o que sente Álvaro Magalhães quando escreve. Não podia a resposta ser mais eloquente: “Escrever é um trabalho duro, mais duro do que partir pedra. Trabalho 8 a 10 horas por dia, por noite. O que eu sinto é um grande cansaço. Depois de tê-lo feito, depois de conseguir fazer um poema, um texto, é uma satisfação muito grande.

Acompanhados pelos seus professores de Língua Portuguesa, com quem trabalharam obras como «Três histórias de amor», «O Assassino Leitor», «Hipopóptimos: uma história de amor» ou «Histórias pequenas de bichos pequenos», os alunos não resistiram a inquirir o autor sobre a insistência na temática da morte e do amor nos seus livros. Veio uma resposta à altura da pergunta: “A literatura serve para nos confrontar com o que se desconhece, serve para lidar com os mistérios da nossa existência, como o amor e a morte. Mas o amor é o princípio permanente de tudo e é o amor que vence a morte.


Álvaro Magalhães, autor de uma já vasta e premiada colecção de livros infanto-juvenis, não deixou de tecer algumas considerações acerca da importância dos livros na vida das pessoas, recordando a sua própria infância: “Os adultos também têm que gostar dos livros para crianças e jovens. Na minha infância não havia muitos livros interessantes para ler. Nem havia televisão, nem computador. Um livro marcante li-o com 10 anos e ainda hoje o leio para me dar impulso e ritmo, A Ilha do Tesouro”, talvez por isso a sua “condição”: “A vida de escritor tem a compensação de se saber que somos lidos. O preço é a solidão. A recompensa é a vossa fé em nos lerem. Aquilo que nós mais desejamos, que é ser amado, conseguimos.

Houve lugar a uma sessão de autógrafos e à entrega dos prémios aos vencedores dos concursos literário, de ilustração e de declamação, a que seguiu a leitura de um poema colectivo, escrito pela turma 6º A para o convidado e lido por um aluno da mesma turma. Depois, os alunos do Clube de Poesia partilharam um trabalho que passou em revista alguns aspectos interessantes da obra do autor, finalizando a tarde com um lanche, onde não faltaram os deliciosos pastéis confeccionados pelo Clube de Culinária.