Foto: Professora Elsa Campos
Em O Reino Perdido, percebemos que o Reino não está de todo perdido, porque há uma chave para recuperar esse reino, ou seja, para abrir a porta desse tempo, que é o da infância.
A chave é de palavras.
Mas as palavras que constituem essa chave têm, como no poema Limpa-Palavras, que ser lavadas, porque é preciso raspar-lhes a sujidade.
E Álvaro Magalhães lava e cuida bem das palavras, usando-as, dando-lhes vida, sentindo-as e sentindo-se bem na companhia das palavras, onde até a palavra solidão lhe faz companhia.
No poema As Portas, elas abrem-se para um espaço de intimidade que é o da casa. São a entrada e saída e, principalmente, são a passagem para outro lado.
A porta de dentro ouve muitas coisas e ouve também o sono dos gatos.
No poema O Reino Perdido, o gato adormeceu junto ao fogão.
No poema A Gata Branca, esta representa o tempo branco que foi de Álvaro Magalhães – pedaço da sua vida vivido com a gata que é branca, como o tempo branco vivido, tempo de pureza e inocência, o da infância perdida, mas que é possível recuperar sempre, através da Memória das histórias, como acontece em Enquanto a Cidade Dorme.
Mas o que é para nós um verdadeiro enigma, é a questão dos Hipopótamos. Eles estão em todo o lado da obra de Álvaro Magalhães.
No poema Hipopótamos eles são os nossos anjos da guarda, são os nossos protectores. Se por um lado carregam todo o peso do mundo, por outro, são leves e têm asas.
Também assim é no conto Hipopóptimos, Uma Historia de Amor, em que, para além de voarem, os hipopótamos representam o elo de ligação entre o Homem e a Natureza, lembrando aos homens que é imprescindível respeitar a Natureza porque esta é sagrada.
Em O menino chamado Menino, também tem que entrar um hipopótamo que também voa, mas desta vez, num tapete voador, e que tem a particularidade de passar o tempo a dormir ou a não fazer nada.
E tão importante o hipopótamo para si, Álvaro Magalhães que até lhe arranja espaço num livro de Historias Pequenas para Bichos Pequenos.
E como se este absurdo não bastasse, Álvaro Magalhães termina o conto, dizendo, que o hipopótamo em questão lhe tinha (a ele, narrador na primeira pessoa), cedido o lugar no autocarro, no dia anterior.
Voltando ainda ao conto Hipopóptimos, uma História de Amor, aqui os hipopótamos não são vulgares hipopótamos, mas sim hipopótamos óptimos, o que resulta no neologismo, ou seja, na palavra nova hipopóptimos, porque Álvaro Magalhães é, e será sempre, um
Brincador de Palavras.
Clube de Poesia
A chave é de palavras.
Mas as palavras que constituem essa chave têm, como no poema Limpa-Palavras, que ser lavadas, porque é preciso raspar-lhes a sujidade.
E Álvaro Magalhães lava e cuida bem das palavras, usando-as, dando-lhes vida, sentindo-as e sentindo-se bem na companhia das palavras, onde até a palavra solidão lhe faz companhia.
No poema As Portas, elas abrem-se para um espaço de intimidade que é o da casa. São a entrada e saída e, principalmente, são a passagem para outro lado.
A porta de dentro ouve muitas coisas e ouve também o sono dos gatos.
No poema O Reino Perdido, o gato adormeceu junto ao fogão.
No poema A Gata Branca, esta representa o tempo branco que foi de Álvaro Magalhães – pedaço da sua vida vivido com a gata que é branca, como o tempo branco vivido, tempo de pureza e inocência, o da infância perdida, mas que é possível recuperar sempre, através da Memória das histórias, como acontece em Enquanto a Cidade Dorme.
Mas o que é para nós um verdadeiro enigma, é a questão dos Hipopótamos. Eles estão em todo o lado da obra de Álvaro Magalhães.
No poema Hipopótamos eles são os nossos anjos da guarda, são os nossos protectores. Se por um lado carregam todo o peso do mundo, por outro, são leves e têm asas.
Também assim é no conto Hipopóptimos, Uma Historia de Amor, em que, para além de voarem, os hipopótamos representam o elo de ligação entre o Homem e a Natureza, lembrando aos homens que é imprescindível respeitar a Natureza porque esta é sagrada.
Em O menino chamado Menino, também tem que entrar um hipopótamo que também voa, mas desta vez, num tapete voador, e que tem a particularidade de passar o tempo a dormir ou a não fazer nada.
E tão importante o hipopótamo para si, Álvaro Magalhães que até lhe arranja espaço num livro de Historias Pequenas para Bichos Pequenos.
E como se este absurdo não bastasse, Álvaro Magalhães termina o conto, dizendo, que o hipopótamo em questão lhe tinha (a ele, narrador na primeira pessoa), cedido o lugar no autocarro, no dia anterior.
Voltando ainda ao conto Hipopóptimos, uma História de Amor, aqui os hipopótamos não são vulgares hipopótamos, mas sim hipopótamos óptimos, o que resulta no neologismo, ou seja, na palavra nova hipopóptimos, porque Álvaro Magalhães é, e será sempre, um
Brincador de Palavras.
Clube de Poesia