Apesar do mês de fevereiro já ter terminado, o amor continua no ar e deixou-nos belos textos demonstrativos de quanto o tema “Love is in the air!” inspirou os nossos alunos. Aqui publicamos dois exemplares que vale a pena ler.
Deu-me vontade…
Hoje
deu-me para ver o céu
E vi
o quão escuro ele está.
Iluminado
apenas por estrelas, pela lua
E
janelas com as luzes acesas
Com
pessoas a fazer o mesmo
Que
eu faço neste momento.
Vi
que o mundo parou,
A
vida acabou, dificultou
E a escuridão
avançou.
Já
não vejo o mesmo brilho que havia.
De
todas as vontades,
a
que mais me ataca
É
gritar para o mundo
para que tudo volte a ser como antes.
Mas
afinal a vida é assim.
Só
volta tudo, se lutarmos para tal.
Numa
brisa gelada,
Na
época de inverno,
Ainda
vejo momentos
Que
aquecem o meu coração.
Mas,
infelizmente, isso não dura para sempre,
O
que é triste…
Porque
seria uma boa desculpa
Para
mostrar ao mundo que podemos ser algo melhor,
Fazer
melhor
E
amadurecer mais depressa.
Mas
a maldade avançou primeiro
com
sintomas vulgares como:
Inveja,
Críticas,
Injustiça.
É
para mim a variante mais contagiosa que pode existir…
Sinto-me
infeliz.
Por
não poder viver com pessoas felizes.
Porque
essa é a realidade,
Ninguém
está feliz.
Fico
triste,
Por
saber que os outros não estão.
Sinto-me
culpada
Por
não estar ali para todos eles.
Sinto-me
devastada.
Por
vezes até choro
Por
tão culpada me sentir.
Se
tivesse de fazer um pedido,
Pedia
que tudo voltasse a ser o mesmo.
As
crianças a brincar com outras,
E
não ficarem coladas num ecrã.
Um
casal adulto respeitar-se,
E
não se violentar.
A
ligação de pais e filhos ser imensa,
E
não apenas trabalho e dinheiro.
Os
amigos conhecerem o significado de segredos, amizade e lealdade,
E
não se invejarem uns aos outros.
E,
por fim, um casal adolescente saber o significado de cuidar, confiar e amar,
E
não trair e abusar.
Apenas um desabafo para o mundo.
Carolina Ignácio,
9.ºB
A
rapariga da janela – uma história de amor
Eu não sei quando, não sei o dia nem o ano, sei que
era meado de primavera...
A minha falecida avó contava-me esta história. Não
sou de me comover com histórias, mas esta, com certeza, mexe com qualquer um.
Enfim, vou contar resumidamente essa história.
Uma família, que aparentava ser normal tinha-se
mudado para a casa ao lado onde vivia uma menina. A família tinha três filhos.
O do meio tinha a mesma idade que essa menina e, por coincidência, a janela do
quarto desse rapaz ficava de frente da janela do quarto da rapariga. Eles
acenavam um para o outro, mas nada de mais. Eles nem sabiam o nome um do outro.
Até que chegou
um dia em que a menina ouviu umas batidas na janela, e adivinhem? Não, não era
o rapaz. Eram umas pedrinhas pequeninas e numa delas havia um papel que dizia:
”Encontra-me na última casa da rua, às quatro da tarde. ASS: Vizinho da
janela”.
A menina foi lá e o menino já a esperava. Eles
conversaram por umas duas horas e rapidamente se tornaram grandes amigos.
Faziam tudo juntos, brincavam juntos e estudavam juntos. Mas, certo dia, o
rapaz e a sua família tiveram de mudar de país para ajudar uns parentes seus
que estavam a passar dificuldades. Na altura, já as duas famílias eram muito
amigas. Então, fizeram uma despedida. Essa despedida foi muito triste,
principalmente, entre o rapaz e a rapariga pois não sabiam quando é que se
voltariam a ver. Os dois prometeram que nunca se iriam esquecer, mutuamente.
O tempo foi
passando e a cada dia que passava, sentiam mais e mais saudades um do outro e pensavam
que, provavelmente, não se tornariam mais a ver. Passou-se um ano, passaram-se
dois, três, quatro anos e a rapariga olhava para a janela. Já não acreditava
que o rapaz ainda se lembrasse dela. Afinal, as pessoas fazem muitas promessas
que depois não conseguem cumprir.
Já era primavera de novo e a família da rapariga
andava preocupada com ela, pois andava sempre triste e melancólica. Num fim de
semana, a rapariga tinha voltado a olhar para a janela da outra casa, e… qual
não foi o seu espanto quando viu aquele rosto a olhar para ela. Seria verdade o
que ela via? Ou seria um sonho? Não podia acreditar! O rapaz estava a
acenar-lhe com aquele seu sorriso que ela já não via há tanto tempo. Saiu logo
de casa a correr e foi bater à porta da casa do rapaz. Sim, era mesmo ele, e
pelo seu olhar ainda se lembrava dela.
Abraçaram-se
longamente sem nenhum dos dois acreditar no que estava a acontecer. Conversaram
sobre tudo o que tinha acontecido. A alegria enchia de novo os seus corações.
Nessa noite, as duas famílias jantaram juntas felizes por se terem voltado a
ver após anos. A partir daí, tudo voltou ao normal, e a rapariga e o rapaz
cresceram juntos sem mais separações. Com o tempo acabaram por namorar e
tiveram uma longa vida amorosa pela frente.
Essa rapariga era a minha avó que me ensinou várias
lições de vida. Com esta história aprendi que nunca devemos desistir das
pessoas de quem gostamos e mais vale esperar durante muito tempo por essa
pessoa do que desistir dela.
Joana Silva e
Vanda Nunes, 7ºB
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