segunda-feira, 23 de maio de 2011

«O Meu Livro de Cabeceira»



















Foi escrito por Alexandre Dumas o livro que ando a ler. Chama-se O Conde de Monte Cristo e é uma obra romanesca. A versão original do livro foi publicada em 1844.

O livro narra a história de Edmond Dantés, um jovem marinheiro. Quando Dantés estava prestes a casar e tornar-se capitão do seu navio, aqueles a quem ele tomava por amigos denunciaram-no como “agente bonapartista”, que na altura era como um inimigo do reino. Isso levou a que Edmond fosse para a cadeia, e a partir de então se desenrola a história, “Pois Dantés não ficará para sempre na prisão, um dia deixá-la-á. Quando esse dia chegar, desgraçado daquele que foi a razão do seu encarceramento!” Esse é um excerto do livro, em que demonstra como vai desenrolar a história.

O tema abordado é um romantismo, em que antes da traição a Dantés, ele era um homem feliz junto da sua bela amada Mercedes, a sua prometida. Após a traição e Edmond ser preso, ele faz de tudo para voltar para Mercedes e seu pai, procurando vingança a quem foi a razão do seu encarceramento.

Eu acho que a maneira como o autor explora o tema, é fascinante, eu sempre que estou a ler o livro, ponho-me na pele das personagens e imagino-os sempre em locais que já me são conhecidos, isto é, no casamento de Edmond eu imaginei-os no restaurante do meu tio (como é um local antigo e um pouco tradicional), devido a descrição do momento e do local que o livro nos fornece, eu apesar de fazer isso involuntariamente, acho fantástico a capacidade do autor para me provocar isso.

A linguagem utilizada pelo autor, é uma linguagem tradicional e típica do século XIX, em 1844.

Alguns dos períodos da obra, que se mostram mais relevantes para ilustrar o que afirmei anteriormente, referem-se ao momento em que Noirtier (pai de Villefort, e criminoso) e Villefort (filho de Noirtier, e membro do governo) conversavam.

- Por muito rude que a polícia monárquica seja, sabem-no entanto, algo terrível.

- E o que é isso? - Perguntou Noirtier

- A descrição do homem que, na manhã do dia em que o general Quesnel desapareceu se apresentou em sua casa. - disse Villefort

- Oh, então a admirável polícia consegui descobrir, foi? E qual será a sua descrição?

- Compleição escura, cabelo, sobrancelhas e suíças negras, sobrecasaca azul completamente abotoada, adornada com a roseta de oficial da Legião de Honra na lapela, chapéu de abas largas e bengala,

- Ah, ah, é isso mesmo, não é? - disse Noirtier - e por que é que ainda não o apanharam?

- Porque ontem, ou no dia anterior, perderam-lhe o rasto na esquina da rua Coq-Heron.

- Eu não disse que a vossa polícia não servia para nada?

- Sim , mas ainda o podem apanhar.

- É verdade - disse Noirtier, olhando de modo despreocupado à sua volta - é verdade, se essa pessoa não estiver avisada, tal como está - e acrescentou com um sorriso - consequentemente fará algumas mudanças na sua aparência pessoal.

Com estas palavras, levantou-se, tirou a sua sobrecasaca e a gravata, dirigiu-se para a mesa onde estavam colocados os artigos de higiene do filho, ensaboou a cara e, pegando na lâmina, cortou com a mão firme as comprometedoras suíças. Villefort observou-o bastante alarmado, ainda que com admiração.

Depois de cortar as suíças, Noirtier penteou-se de outra maneira, em vez da sua gravata preta tirou um lenço colorido que se encontrava por cima de uma mala, colocou, em vez da sua sobrecasaca azul e abotoada um casaco de Villefort de cor castanha escura bastante largo. Experimentou em frente ao espelho um dos chapéus dos seus filhos e abas reviradas e que lhe servia perfeitamente e, deixando a sua bengala no canto onde a depositara, pegou num pequeno pau de bambu, cortou o ar com ele uma ou duas vezes e vagueou com desenvoltura, que era uma das suas principais características.

- Então - disse, virando-se para o filho maravilhado quando o seu disfarce fico completo - achas que a tua polícia me vai reconhecer agora?

- Não, pai . observou Villefort - pelo menos espero que não.

(...)

Dito isto, Noirtier deixou o quarto, com o mesmo -vontade que o caracterizou durante toda esta notável e tentadora conversa. Villefort, pálido e agitado, correu para a janela, desviou a cortina e viu-o passar, calmo e composto, por dois ou três homens de mau aspecto ao canto da rua que estavam ali, quem sabem para prender um homem, e suíças negras, sobrecasaca azul e chapéu de abas largas.

Acho que este livro deve ser lido pela grande capacidade de nos fazer interiorizar a sua história. Aliás, acho fantástico o enredo da história e a maneira como nos é contada.

Os aspectos que mais se podem apreciar, na minha opinião, são os momentos em que planeiam as suas acções e como se passam alguns dos momentos do livro.


Pedro Bessa (nº 10, 9º C)